Publicada em 16/08/2024 às 10h37
Os Estados Unidos apresentaram nesta sexta-feira (16) uma nova proposta de cessa-fogo na guerra em Gaza que permitirá a "rápida implementação do acordo" caso ele seja aceito por todas as partes.
A nova proposta foi apresentanda durante a rodada de negociações realizada na quinta-feira (15) em Doha, no Catar, com a presença de representantes de Israel e dos mediadores do conflito -- EUA, Egito e Catar. O Hamas não quis participar.
Em comunicado comum, os participantes das conversas afirmaram que a proposta de Washington "resolve as lacunas restantes" nas negociações e permite um cessar-fogo imediato na Faixa de Gaza.
Na declaração, os mediadores não detalharam a nova proposta, mas afirmaram que ela é "consistente com os princípios estabelecidos pelo presidente Joe Biden em 31 de maio".
As conversas foram concluídas nesta sexta-feira, e Israel levará a proposta de Washington para ser analisada. O texto também será entregue ao Hamas.
O governo de Netanyahu ainda não havia se pronunciado após o fim da rodada de negociações.
A Casa Branca está otimista, e, na quinta-feira (15), disse que as negociações de paz tiveram "um início promissor" Nesta sexta, o Departamento de Estado anunciou que o secretário da pasta, Antony Blinken, se encontrará na segunda-feira (19) com o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu.
"Hoje tivemos um início promissor. Há muito trabalho a ser feito. Devido à sua complexidade, não prevemos que as negociações serão concluídas hoje com um acordo", disse aos jornalistas o porta-voz do Conselho de Segurança, John Kirby, que participou das reuniões junto do diretor da CIA, William Burns.
Kirby falou que alguns temas ainda são obstáculos para o acordo e os enumerou:
"Os obstáculos que ainda persistem podem ser superados para concluir este processo. Precisamos da libertação dos reféns, de ajuda aos palestinos em Gaza, de segurança para Israel e de menos tensões na região. Exigimos que isso aconteça o mais rápido possível".
Provável ataque do Irã, reféns e dúvidas entre Israel e Hamas: o que está em jogo na rodada para alcançar um cessar-fogo em Gaza
Desafios do cessar-fogo
A marca dos 40 mil mortos no conflito entre Israel e o Hamas foi atingida no mesmo dia em que as negociações sobre um cessar-fogo em Gaza foram retomadas.
As conversas começaram nesta manhã e devem se estender pelo fim de semana. Representantes de Israel, dos Estados Unidos e do Egito e do Catar, que mediam as conversas, voltaram a se reunir em Doha para tentar destravar a trégua, que vem sendo debatida há meses, mas não avança por falta de consenso entre as partes.
A proposta é que Israel deixe de bombardear Gaza de forma permanente, encaminhando a região para um fim gradual da guerra. Em troca, o Hamas devolve os reféns ainda sob poder do grupo e se compromete a não exercer novos ataques.
No entanto, a nova rodada para tentar destravar um cessar-fogo já começa com poucas chances de prosperar. Isso porque o Hamas se negou a participar das negociações por conta do assassinato de seu então líder, Ismail Haniyeh, em Teerã, no Irã, há duas semanas.
O Hamas, o Irã e diversos países do Oriente Médio culpam Israel, que não confirmou nem negou autoria no assassinato.
Na quarta-feira (14), mesmo às vésperas da retomada das negociações, Israel fez um novo bombardeio na Faixa de Gaza. Também na quarta-feira, um homem afirmou que seus filhos, gêmeos e recém-nascidos, morreram atingidos por um ataque aéreo no momento em que o pai registrava as crianças.