Publicada em 31/08/2024 às 08h48
Os casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) registraram aumento em todas as faixas etárias. É o que mostra o mais recente Boletim InfoGripe da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) com base nos dados do Sistema de Informação da Vigilância Epidemiológica da Gripe entre 18 e 24 de agosto.
O levantamento mostra a manutenção do aumento de casos de SRAG associados à Covid-19 entre os idosos e o início do crescimento da doença na faixa etária entre 15 e 64 anos. Em relação ao vírus influenza A e ao vírus sincicial respiratório (VSR), houve uma diminuição do número de casos. Já o rinovírus tem mostrado uma tendência de aumento em vários estados do país e é a principal causa de SRAG entre as crianças e adolescentes entre 2 e 14 anos.
Estados e capitais
Nas regiões Nordeste e Centro-Sul, o aumento dos casos de SRAG é observado principalmente em crianças e adolescentes de até 14 anos e está associado ao rinovírus. Em Goiás e São Paulo, o crescimento dos casos concentra-se na população idosa e está relacionado à Covid-19.
Segundo a pesquisadora do Programa de Computação Científica da Fiocruz (Procc) e do Boletim InfoGripe Tatiana Portella, esse aumento dos casos de Covid-19 em São Paulo é preocupante devido à possibilidade de espalhamento do vírus para outras regiões do país.
“O estado de São Paulo é um estado economicamente muito importante e que tem uma grande conectividade, fluxo de pessoas em outras regiões, o que pode facilitar esse espalhamento do vírus para outros locais. Então é muito provável que nas próximas semanas a gente observe um aumento do número de casos de Covid-19 em outras regiões do país.”
Diante desse cenário, a pesquisadora da Fiocruz deixa as recomendações:
“A gente alerta para que hospitais e unidades sentinelas de síndrome gripal fiquem atentos para qualquer sinal de aumento mais expressivo da circulação do vírus em outras regiões do país, além de São Paulo e Goiás. A gente também chama atenção para a importância da vacinação contra Covid-19, especialmente nas pessoas dos grupos de risco, como idosos, crianças pequenas, pessoas com comorbidade, que têm uma chance maior de desenvolver o quadro mais grave da doença e também de irem a óbito.”
Na tendência de longo prazo, 12 unidades federativas apresentam crescimento de SRAG: Alagoas, Bahia, Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás, Paraíba, Paraná, Rio de Janeiro, Roraima, Santa Catarina, São Paulo e Sergipe.
Entre as capitais, os indícios de aumento de casos e SRAG foram observados em Aracaju (SE), Brasília (DF), Boa Vista (RR), Curitiba (PR), João Pessoa (PB), Rio de Janeiro (RJ), Salvador (BA), São Paulo (SP) e Vitória (ES).
Em 2024, já foram notificados 119.554 casos de SRAG. Desses, 57.644 (48,2%) deram positivo em testes laboratoriais para algum vírus respiratório e 7.896 (6,6%) estão aguardando resultado. Dentre os casos positivos, 18,9% são influenza A, 0,6% são influenza B, 42,4% são VSR, e 17,8% são Covid-19.