Publicada em 01/08/2024 às 10h11
Exército israelense afirmou ter matado, em julho, Mohammed Deif, número 3 do grupo terrorista. Deif comandava o braço armado do Hamas e foi um dos responsáveis pela invasão a Israel em 7 de outubro. Anúncio acontece um dia depois da morte do número 1 do Hamas, Ismail Haniyeh.
Um dia após a morte do número 1 do Hamas, o Exército de Israel anunciou nesta quinta-feira (1º) que matou o comandante do braço militar do grupo terrorista, Mohammed Deif.
Segundo o anúncio, Deif, o número 3 na escala de hierarquia do Hamas, foi morto em uma operação militar em 13 de julho, nos arredores de Khan Younis, cidade no sul da Faixa de Gaza, quando cerca de 90 pessoas também foram mortas.
O grupo terrorista ainda não havia confirmado a informação até a última atualização desta reportagem.
Discreto e conhecido como "gato de nove vidas" por ter escapado de uma série de tentativas de assassinato, Deif, de 58 anos, chefiava as Brigadas Al-Qassam, o braço militar e espécie de forças armadas do Hamas.
O terrorista foi um dos responsáveis por arquitetar a invasão de terroristas a Israel em 7 de outubro de 2023 e o massacre que matou 1.200 pessoas na ocasião.
"Podemos agora confirmar: Mohammed Deif foi eliminado", anunciou o Exército de Israel em suas redes sociais. "Em um mundo em que é possível ser qualquer coisa, Mohammed Deif escolheu ser um mestre do terrorismo".
A confirmação ocorre no dia seguinte do assassinato do número 1 do Hamas, Ismail Haniyeh, em um ataque aéreo em Teerã, no Irã, onde ele estava para participar da posse do novo presidente iraniano.
No entanto, Israel não assumiu a autoria do assassinato de Haniyeh. Na quarta-feira, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, disse apenas que seu país deu "golpes esmagadores" em aliados do Irã, mas não mencionou o chefe do Hamas.
No dia anterior, Israel afirmou ter matado o comandante do Hezbollah durante um bombardeio a Beirute, no Líbano -- Hamas e Hezbollah são grupos financiados pelo Irã e têm como principal objetivo lutar contra Israel.
Mesmo sem que o governo israelense tenha assumido autoria pela morte de Haniyeh, o líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei, prometeu "punição severa" para Israel.
O funeral de Haniyeh começou nesta quinta-feira em Teerã, no Irã, acompanhado por uma multidão e com promessas de vingança a Israel.
"Perseguiremos Israel até arrancá-lo da terra da Palestina", disse o ministro das Relações Exteriores do Hamas, Khalil Al Hayya, que participou da cerimônia.
O novo presidente iraniano, Masoud Pezeshkian, também prometeu vingança na cerimônia.
Saiba quem é Mohammed Deif, apontado como responsável por arquitetar os ataques terroristas em Israel
Mohammed Deif era o número 3 na escala de hierarquia do Hamas, atrás de Ismail Haniyeh e Yahya Sinwar, o chefe do Hamas em Gaza e cujo paradeiro é desconhecido.
Deif foi tamabém um dos fundadores da ala militar que chefiava, na década de 1990, e liderava as Brigadas Al-Qassam havia décadas. Sob o seu comando, a unidade realizou dezenas de atentados contra israelenses e construiu arsenal de foguetes para atingir Israel.
O bombardeio que o matou também deixou mais de 90 pessoas mortas, a maioria civis, segundo anunciou o governo do Hamas na ocasião.
O ataque atingiu uma área de tendas montadas por organizações humanitárias que atuam em Gaza para abrigar moradores do território palestino que já haviam deixado suas casas por conta das incursões de Israel.