Publicada em 05/08/2024 às 11h10
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se reuniu nesta segunda-feira (5), em Santiago, com o presidente do Chile, Gabriel Boric. O encontro ocorreu no Palácio de La Moneda, sede do poder executivo local.
Lula chegou no domingo (4) à capital chilena em um momento conturbado das relações dos países da América do Sul, em razão da suspeita de fraudes na eleição na Venezuela. A vitória contestada de Nicolás Maduro dificulta o projeto de Lula de incentivar a integração regional.
Segundo diplomatas brasileiros, a crise na Venezuela não está no centro das discussões acordadas com o governo chileno, porém é possível que os presidentes abordem o tema em um encontro privado, sem ministros, ao longo do dia.
Manifestações ocupam ruas da Venezuela com pedidos de transparência nas eleições
Brasil e Chile não reconheceram o resultado declarado pelas autoridades eleitorais da Venezuela e cobram a apresentação das atas que possam atestar a derrota do oposicionista Edmundo González, o que ainda não ocorreu.
O tom adotado por Boric, que disse ser "difícil acreditar" no pleito, fez com que Maduro anunciasse a expulsão dos diplomatas chilenos do país.
O Brasil seguiu postura mais comedida e tenta mediar uma solução junto com México e Colômbia. Lula, que é aliado de Maduro, defendeu a apresentação das atas e afirmou estar convencido de que não houve "nada de anormal" no país.
Relação comercial
A viagem de Lula ao Chile estava prevista para maio, porém foi adiada em razão das cheias no Rio Grande do Sul. Além de Boric, o presidente terá encontros com os chefes da Câmara dos Deputados, do Senado e da Corte Suprema do Chile.
A visita foi organizada para discutir formas de ampliar a relação comercial entre os países e a cooperação em outras áreas, entre as quais, transição energética, inovação, saúde e cultura.
Além das reuniões, uma privada e outra com ministros, Lula e Boric participam à noite do encerramento de um fórum empresarial, organizado pelo Itamaraty em conjunto com a ApexBrasil e a agência de promoção comercial chilena ProChile.
Segundo o Itamaraty, o Brasil é o maior investidor latino-americano no Chile. Em 2023, o intercâmbio comercial Brasil-Chile alcançou US$ 12,3 bilhões.