Publicada em 22/08/2024 às 09h15
Mulheres sofrem machismo na disputa por cargos eletivos proporcionais e majoritários
O Brasil conseguiu dar um grande passo no processo de inclusão feminina na política ao eleger a primeira mulher presidente da República, mas a vitória da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) só foi possível graças a transferência de votos do presidente Lula (PT), que estava saindo de um Governo bem avaliado. Daí foi possível fazer a sua sucessora na cadeira de presidente no Palácio do Planalto. No entanto, é necessário compreender que, desde a Antiguidade, a atividade política é essencialmente masculina. Os livros de humanidades revelam que a política nasceu direcionada a homens fortes e adultos, e as mulheres eram consideradas como objeto de reprodução. No período medieval, a mulher também não podia participar da política. Mas, no início do Século XX, houve avanços significativos da participação das mulheres nos espaços de poder e de tomada de decisões. Por sua vez, a participação feminina nos processos eleitorais se expandiu bastante nas duas primeiras décadas do século atual. Entretanto, pesquisas e estudos revelam que a grande maioria dos eleitores brasileiros não vota em mulheres para cargos majoritários com traços femininos muito fortes por considerar que é um sinal de fraqueza e não expressa poder de mando diante de um universo dominado por homens. Vale destacar que esse fenômeno também se manifesta com mulheres que se candidatam a cargos proporcionais.
Poder
Um dos casos mais recentes que o partido preteriu uma candidatura majoritária devido à presença de traços femininos muito forte e da suposta ausência de demonstração de poder mando e do tom de voz, foi da vice-governadora do Ceará, Izolda Cela (PDT), que assumiu a gestão estadual após a renúncia de Camilo Santana para disputar a vaga de senado nas eleições de 2022.
Rejeição
Apesar de estar no controle do Governo do Ceará, a governadora Izolda Cela (PDT) foi preterida pelo partido PDT, por conta de uma pesquisa quantitativa de opinião que demostrava uma alta rejeição a Izolda devido aos fortes traços femininos que carrega, os quais não eram bem recebidos pelo eleitor. Daí, o PDT preferiu indicar o nome de Roberto Cláudio como candidato a governador do Ceará.
Machismo
O pragmatismo partidário e a questão de gênero retiraram o direito da governadora Izolda Cela (PDT) de disputar a reeleição ao Governo do Ceará nas eleições de 2022. Neste caso, pura demonstração de machismo por parte dos dirigentes partidários e do eleitorado cearense por considerar que mulheres com fortes traços femininos não podem disputar e ocupar cargos majoritários e proporcionais na escala municipal, estadual e federal.
Opiniões
Caro leitor, desde que inventaram o app de chamada de serviços de transporte de passageiro e que retornei a morar em Porto Velho, abri mão do meu carro particular e uso diariamente o app de transporte de passageiros em carros particulares. Daí é possível dialogar e levantar opiniões de vários motoristas do sexo masculino e feminino, em relação a diversos temas sociais, econômicos e políticos.
Rejeita
Em várias corridas de app de transporte de passageiros, identifiquei o fenômeno do machismo em relação ao voto majoritário e proporcional na nossa capital, ou seja, a escolha para prefeito e vereador. Desde então, me aprofundei na temática e identifiquei que boa parte do eleitorado porto-velhense, seja masculino ou feminino, rejeita a candidata Mariana Carvalho (União Brasil), por conta dos seus fortes traços femininos.
Combater
Para não ter surpresas desagradáveis, a equipe de Marketing Eleitoral da candidata Mariana Carvalho (União) precisa de imediato combater o fenômeno do voto machista em relação a ela. Neste caso, o olhar detido para essa questão levantada pode diminuir consideravelmente a rejeição em torno da candidata que tanto a oposição explora junto ao eleitorado.
Sabatina
Falando em Mariana Carvalho, a candidata participou ontem (22) da sabatina do canal de televisão que tenta desestabilizar o pleito eleitoral com suas entrevistas e coberturas tendenciosas em relação ao pleito eleitoral em curso. Mariana demonstrou que está preparada para administrar Porto Velho e acertou a maioria das respostas do quadro de perguntas e respostas, mas só faltaram perguntar a ela quantos candirus existem no rio Madeira.
Impugnação
O Ministério Público Eleitoral entrou com pedido de impugnação da candidatura do vereador Edwilson Negreiros (PSDB), que busca a sua reeleição na CMPV. Em decisão, a juíza Juliana Paula Silva da Costa, responsável pela 20ª Zona Eleitoral de Porto Velho, determinou que Edwilson seja oficialmente notificado para responder ao pedido de impugnação. Neste caso, ele vai disputar a reeleição sangrando.
Assédio
Falando em Negreiros, na coluna de terça-feira (20) ao perguntar sobre o desempenho de Porto Velho no IDEB a secretária municipal de Educação, Glaucia Negreiros, choveu de mensagens de gestores escolares – os quais vou resguardar a fonte, que a secretária estaria “dando pressão” e “sugerindo exoneração do cargo, caso não votasse em Edwilson”, ou seja, promovendo assédio eleitoral. A coluna está aberta para manifestação de defesa.
Sofrimento
A vereadora Marcia Socorrista (PSDB), que busca a reeleição à CMPV, afirmou que “alguns partidos olham para as mulheres apenas como escada e não dão o devido apoio que eles dão aos homens. Infelizmente, eu sofro isso também, mas o maior sofrimento é o machismo da própria mulher na hora do voto”.
Espinhos
Marcia Socorrista (PSDB) disse que existem mulheres no mesmo patamar dos homens em ralação à capacidade de atuação política, mas a mulher sofre preconceito e machismo. Ela destacou que a CMPV tem duas vereadoras, inclusive foram as mais atuantes levando em conta o SAPL – CMPV. Ela disse ainda que “a gente tem que fazer da fraqueza à força, para conseguir se destacar em meio a tantos espinhos no meio da política”.
Mulheres
A opinião da candidata a vereadora Neidinha Suruí (Rede/PSOL) em relação à temática do editorial da coluna de hoje (22), disse ter consciência de que a política ainda reflete um Estado conservador onde as mulheres sempre foram colocadas à parte na política. A atual CMPV tem apenas 2 mulheres, isto também reflete como os partidos pouco incentivam a participação feminina em seus quadros.
Representação
Segundo Neidinha Suruí (Rede/PSOL), “são poucos os partidos que têm mulheres como presidente. A Rede e o PSOL em Rondônia têm mulheres presidindo a legenda, o que é um avanço”. Ela reforça que é “importante colocarmos mulheres eleitas como vereadoras comprometidas com as causas sociais e ambientais, para podermos garantir a diversidade na representação da população”.
Identificação
A candidata a vereadora Jaqueline Suzana (PRTB) disse que, quando pede voto para uma mulher, sente que ela busca uma identificação masculina nela para decidir pela manifestação do voto. Para Jaqueline, até hoje, “a mulher foi construída para sentir segurança no homem, o tal do machismo”.
Participação
Jaqueline Suzana (PRTB), que disputa uma vaga na CMPV, defende a participação da mulher na política, inclusive a participação nos diretórios do partido, disputando eleições e ocupando espaços de poder e de tomada de decisões.
Desistência
O candidato a vereador Paulo Kemp (Podemos), protocolou junto a Justiça Eleitoral, o seu pedido de desistência de candidatura. Com isso a nominata de vereadores do Podemos corre o sério risco de não conseguir conquistar uma cadeira na CMPV.
Ariquemes
Em Ariquemes, a prefeita Carla Redano (Republicanos), que busca a reeleição, desde que assumiu a prefeitura do referido município, sofre com ataques pessoais preconceituosos e machistas em relação a ela e à sua gestão. É incoerente, por parte do eleitorado da cidade como Ariquemes, referência no ensino universitário e empreendedorismo, cair na lábia de um denuncista e aventureiro político.
Sério
Falando sério, ainda há muito machismo por parte dos partidos e da sociedade em compreender que os espaços de poder e de tomada de decisões não podem ser ocupados por mulheres com traços femininos muito fortes. É de suma importância a participação de mulheres na política e ocupando cargos de grande relevância nos espaços de poder e de tomada de decisões.