Publicada em 15/08/2024 às 10h37
Militares ucranianos arrancam bandeira russa de prédio oficial em Kursk, no sudoeste da Rússia, em 14 de agosto de 2024. — Foto: Reprodução/ g1
Uma semana após uma ofensiva surpresa que pode mudar os rumos da guerra na Ucrânia, o governo ucraniano anunciou nesta nesta quinta-feira (15) ter estabelecido uma "administração militar" na região russa de Kursk, que a Ucrânia invadiu na semana passada.
O governo temporário foi estabelecido para "manter a lei" e "atender à população" local, segundo o comandante do Exército ucraniano, Oleksandr Syrsky.
"Criamos uma administração militar para manter a lei e a ordem e atender às necessidades prioritárias da população nos territórios controlados", afirmou Syrsky.
A administração, segundo o comandante, ficará responsável por demandas diárias e logísticas do Exército e por garantira a segurança da área.
Também nesta quinta, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, disse que suas tropas tomaram o controle total de Sudhza. A cidade, em Kursk, é a mesma onde soldados ucranianos retiraram, na quarta-feira (14), bandeiras russas de prédios oficiais.
A Rússia começou a retirar milhares de pessoas de suas regiões fronteiriças nesta quinta-feira (15), depois que a Ucrânia disse que estava avançando mais profundamente no país em uma incursão relâmpago com o objetivo de forçar Moscou a desacelerar seu avanço no restante do front.
O Ministério da Defesa da Rússia disse que suas forças abateram drones ucranianos sobre a região vizinha de Belgorod e que bombardeiros Sukhoi-34 atacaram posições ucranianas em Kursk. Também relatou intensas batalhas ao longo do front ucraniano e disse que suas tropas haviam tomado posições melhores em vários pontos.
O maior ataque estrangeiro em território russo soberano desde a Segunda Guerra Mundial começou no dia 6 de agosto, quando milhares de soldados ucranianos invadiram a fronteira ocidental da Rússia.
Com o apoio de drones, artilharia pesada e tanques, as unidades ucranianas, desde então, já avançaram cerca de 18 km dentro do território russo.
Militares ucranianos arrancam bandeira russa de prédio oficial em Kursk, no sudoeste da Rússia, em 14 de agosto de 2024. — Foto: Reprodução/ g1
O governador interino de Kursk, Alexei Smirnov, disse que o distrito de Glushkov, que tem uma população de 20 mil habitantes, estava sendo esvaziado. Até o momento, pelo menos 200 mil pessoas foram retiradas das regiões fronteiriças, de acordo com dados russos.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskiy, disse nesta quarta-feira que o objetivo da incursão é reabastecer um "fundo de troca" de prisioneiros de guerra.
Ofensiva da Ucrânia na Rússia entra na segunda semana
Uma autoridade ucraniana afirmou que Kiev está criando uma zona de segurança para proteger sua população contra ataques.
A Rússia, que invadiu a Ucrânia em 2022, vem avançando durante a maior parte do ano ao longo do front de 1.000 km na Ucrânia e tem uma grande superioridade numérica. Ela controla 18% do território vizinho.
A incursão ucraniana na Rússia produziu seus maiores ganhos no campo de batalha desde 2022.
O Ocidente, que apoia a Ucrânia e disse que não permitirá que o presidente Vladimir Putin vença a guerra, afirmou repetidamente que não sabia nada sobre os planos ucranianos de atacar a Rússia. As autoridades russas dizem que não acreditam em tais declarações.