Publicada em 28/09/2024 às 09h13
Uma pesquisa divulgada na quinta-feira (26) revelou que o eleitorado americano vê o gênero como uma ameaça maior à candidata democrata Kamala Harris, do que nas eleições de 2016, com a candidatura de Hillary Clinton.
A pesquisa realizada pela AP/Norc demonstra que cerca de 40% dos eleitores afirmam acreditar que o fato de Kamala ser mulher pode prejudicá-la, ante cerca de 30% afirmando que isso pode ajudá-la, e outros 25% que não veem interferência relevante.
Quando Hillary Clinton foi candidata, os números eram mais otimistas. À época, 37% dos eleitores acreditavam que seu gênero seria um trunfo na eleição, ante 29% que viam como uma ameaça.
A pesquisa contrapõe ainda as percepções acerca do candidato republicano, Donald Trump. Para 41% dos eleitores deste ano, o gênero de Trump pode ajudá-lo na corrida presidencial. Em 2016, esse número girava em torno de 28%. A quantidade de pessoas que acreditam que o fato de ser homem prejudicaria sua campanha permaneceu parecida, em torno de 10% do eleitorado.
Na disputa direta entre Kamala e Trump, o eleitorado democrata é mais propenso a acreditar nessa tendência demonstrada pela pesquisa. Ao contrário dos republicanos, os apoiadores de Kamala tendem mais a achar o gênero uma ameaça para ela e um trunfo para ele.
A divulgação desses dados se dá a menos de 50 dias das eleições americanas. Depois do primeiro -e provável único- debate entre os candidatos, ambas as campanhas buscam conquistar a parte indecisa do eleitorado e tentar garantir uma vantagem numérica.
O estudo também perguntou aos eleitores sobre a existência de alguma discriminação contra as mulheres nos Estados Unidos. Em 2016, 75% dos entrevistados afirmaram acreditar na presença desse tipo de pensamento. Agora, o número caiu para cerca de 66%.
Repetindo o que foi visto há oito anos, a pesquisa demonstrou que mulheres são mais propensas do que homens a afirmar que há pelo menos alguma discriminação de gênero no país. São 73% do eleitorado feminino, contra 58% do masculino. No ciclo anterior, os números eram maiores: 82% para elas e 67% para eles.
A pesquisa foi conduzida com 2.028 adultos dos Estados Unidos, entrevistados de 12 a 16 de setembro deste ano. A margem de erro é de 3,1 pontos percentuais.