Publicada em 16/09/2024 às 10h11
Por causa da grande quantidade de fumaça que cobre o céu de Rondônia, oriunda das queimadas na Amazônia, além da baixa umidade do ar que deixa a situação ainda mais crítica nesse período de estiagem extrema, profissionais fazem recomendações aos munícipes para cuidados com a saúde.
“Orientamos os pacientes sobre os cuidados necessários, como fazer nebulização em casa, colocar toalha molhada ou vasilha com água no quarto para melhorar a umidade do ar naquele ambiente, evitar atividades físicas ao ar livre e fazer uso de máscara”, afirma o médico Edgar Javier Penaranda Tapia, diretor clínico da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da zona Sul.
O médico afirma que respirar fumaça prejudica as vias respiratórias, o nariz, a boca, a garganta e muito mais os pulmões, pois causa inflamações. O sofrimento é maior para os idosos e crianças, além das pessoas acometidas de asma ou algum outro problema respiratório, devido à falta de ar e a dificuldade para respirar.
“Muitos pacientes estão se queixando de dificuldades nas cordas vocais, porque a inflamação também irrita as cordas vocais, que fazem parte das vias aéreas. Eles dizem que a garganta coça, parece que fecha e fica difícil respirar”, comentou.
QUALIDADE DO AR
Conforme a empresa suíça IQAir (https://www.iqair.com/brazil), que realiza monitoramentos da qualidade do ar, por causa das queimadas, neste momento Porto Velho faz parte do ranking das cidades com o ar mais insalubre do Brasil.
“De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o máximo de micropartículas que devemos respirar é 45 microgramas por metro cúbico de ar. Na semana passada Rondônia tinha 261 microgramas por metro cúbico de ar. Isso mostra que tem muita micropartícula no ar e nós precisamos usar máscaras para tentar minimizar o efeito disso no pulmão”, disse o diretor da UPA Sul.
ATENDIMENTO E ORIENTAÇÃO
A Secretaria Municipal de Saúde (Semusa) mobilizou toda a rede de atendimento para acolher e prestar orientações aos pacientes que procuram as unidades em busca de assistência médica e informações. Casos leves podem ser resolvidos nas unidades básicas de saúde, já os mais graves precisam ser direcionados às UPAs.
Respirar fumaça prejudica as vias respiratórias
“Temos um corpo médico altamente capacitado. A equipe está orientando os pacientes sobre os cuidados necessários, como fazer nebulização em casa, colocar toalha molhada ou vasilha com água no quarto para melhorar a umidade do ar”, afirmou.
Disse ainda que a equipe atende com nebulização e oxigênio, dando prioridade aos pacientes com falta de ar, especialmente idosos e crianças, por serem os mais vulneráveis e necessitarem de muito cuidado.
E por serem mais suscetíveis aos efeitos da poluição do ar e ao calor extremo, as pessoas com comorbidades, crianças, gestantes e idosos necessitam de cuidados adicionais e consultas médicas em dia.
OUTRAS RECOMENDAÇÕES
-Aumentar a ingestão de água potável e optar por estar em ambientes frescos, para se manter hidratado e evitar o calor excessivo;
-Evitar praticar atividades físicas ao ar livre, especialmente em locais com alta poluição ou fumaça;
-Manter distância de áreas com focos de queimadas;
-Manter portas e janelas fechadas para minimizar a entrada de poluição no ambiente interno.