Publicada em 16/09/2024 às 10h52
Porto Velho, RO – O senador Confúcio Moura (MDB-RO) publicou um texto em seu blog pessoal nesta segunda-feira, 16, abordando de forma enfática a necessidade de os produtores rurais adequarem suas práticas às políticas ambientais vigentes. Moura destacou que as exigências não são mais uma questão opcional, mas sim uma prioridade tanto para a preservação do meio ambiente quanto para a viabilidade econômica das propriedades.
No início de seu texto, o senador pontuou que o tema da política ambiental "é realmente muito debatido" em diversas regiões do Brasil e que, independentemente de preferências individuais, as práticas ambientais precisam estar em primeiro plano. "As políticas ambientais hoje precisam estar em primeiro lugar", afirmou.
Segundo Confúcio Moura, as demandas de compradores internacionais, especialmente dos mercados chinês, europeu e americano, exigem rastreabilidade das mercadorias, como o gado, para garantir que não venham de áreas desmatadas ilegalmente ou de terras protegidas. "O frigorífico exige isso porque o comprador chinês, europeu e americano não vai comprar um boi que veio de uma área criminosa, de uma área grilada", explicou o parlamentar.
O senador também alertou para os prejuízos que os produtores podem enfrentar caso continuem a ignorar essas normas, mencionando a atual crise dos incêndios florestais no Brasil como um exemplo das consequências da falta de controle ambiental. "Vocês estão vendo esses incêndios florestais no Brasil todo", disse, lembrando que ele mesmo foi impedido de chegar à cidade de Vilhena devido à intensa fumaça na região.
Moura destacou ainda os impactos diretos da degradação ambiental sobre a saúde pública, apontando que a fumaça gerada por queimadas afeta especialmente crianças, idosos e pessoas com problemas respiratórios. "Muitas partículas de fumaça, de fuligem, suspensas no ar vão provocar bronquite, cansaço e doença nas pessoas", alertou.
Na defesa de sua posição, o senador rejeitou o rótulo de "ambientalista radical" e afirmou que é possível conciliar desenvolvimento econômico com a preservação ambiental. "Dá pra gente ganhar dinheiro, dá pra gente desenvolver nossos negócios, nossos sítios, nossas propriedades", disse, sublinhando que a pecuária moderna não necessita mais de desmatamentos. Ele reforçou que "ser fazendeiro hoje não é a mesma coisa de ser fazendeiro há cinquenta anos", destacando a evolução nas técnicas de manejo e criação de gado.
Confúcio Moura também mencionou que muitos proprietários rurais em Rondônia começam a entender a necessidade de mudanças, especialmente quando enfrentam consequências econômicas, como o bloqueio de financiamentos devido a crimes ambientais cometidos no passado. "Vocês estão vendo a quantidade de lotes e propriedades embargadas em Rondônia que não conseguem mais financiamento porque cometeram, no passado, crimes ambientais", ressaltou.
O senador encerrou seu texto afirmando que a defesa do meio ambiente não é incompatível com o progresso. "Nós temos de encontrar a forma correta de crescer, a forma correta de desenvolver, a forma certa de ganhar dinheiro", concluiu.
CONFIRA O TEXTO NA ÍNTEGRA:
A política Ambiental – Necessidade de sobrevivência do ser humano
Por Confúcio Moura
Eu hoje quero falar pra vocês de um assunto que em muitas regiões do Brasil é realmente muito debatido que é a política ambiental. Olha gente, querendo ou não querendo, pelo sim ou pelo não, as políticas ambientais hoje precisam estar em primeiro lugar.
Hoje o empresário de uma fazenda, o criador de boi, ele não consegue vender o boi, se ele não registrar no frigorífico de onde veio este boi. Por que que o frigorífico exige isso? Porque o comprador chinês, europeu e americano ele não vai comprar um boi que veio de uma área criminosa, de uma área grilada, de uma área proibida de criar, de ter fazenda, que são as unidades de conservação e terras da União.
É besteira o empresário continuar cometendo essas falhas, porque ele vai ter prejuízo com certeza. Vocês estão vendo esses incêndios florestais no Brasil todo. Eu mesmo ia pra Rondônia dias atrás e não consegui chegar em Vilhena devido ao fumaceiro. Vocês viram lá no estado de São Paulo a crise dos incêndios nos canaviais e pastagens. Isso tudo provoca doença nas pessoas.
Fumaça em Porto Velho
Muitas partículas de fumaça, de fuligem, suspensa do ar que vai provocar bronquite, cansaço e doença nas crianças, nos idosos, nas pessoas. Então as políticas ambientais hoje não são mais defesas de ambientalista, de xiitas, contra o progresso. Não!
Dá pra gente ganhar dinheiro, dá pra gente desenvolver nossos negócios, nossos sítios, nossas propriedades. Dá para criar as coisas direitinho e vender, comercializar e sobreviver no mundo adverso. Num mundo diferente. Ser fazendeiro hoje não é a mesma coisa de ser fazendeiro há cinquenta anos. Há quarenta anos quando eu comecei com fazenda. Hoje as coisas são diferentes. A gente cria o gado mais intensivamente e não há mais necessidade de desmatamentos. Eu defendo essa pauta.
Muita gente em Rondônia não me entende. Mas já começaram a entender. Porque quando o bolso realmente dói, a pessoa entende que tem que mudar. Então as políticas ambientais, mesmo uma empresa, qualquer empresa, hoje, se ela não tiver uma política ambiental de sustentabilidade, ela não vai pra frente. Então, a política ambiental é uma necessidade de sobrevivência da humanidade.
Vocês estão vendo a quantidade de lotes e propriedade embargadas em Rondônia, que não consegue mais financiamento porque cometeram, no passado, crimes ambientais e que tem que consertar o malfeito do passado?
Essas coisas hoje mudaram gente, não é que eu esteja aqui sendo um defensor intransigente, contra o progresso. Nada disso. Eu sou pelo progresso. Eu sou pelo desenvolvimento. Nós temos de encontrar a forma correta de crescer, a forma correta de desenvolver, a forma certa de ganhar dinheiro. É isso que é a minha defesa. A proteção do meio ambiente, das águas, das nascentes é uma necessidade e um dever de todos.