Publicada em 23/09/2024 às 09h03
A empresa que possui a marca Perini, construtora do iate Bayesian, do bilionário britânico Mike Lynch, que naufragou na costa da Sicília, na Itália, no dia 19 de agosto, entrou com um processo na Justiça.
Segundo a imprensa italiana, o grupo The Italian Sea, que assumiu a construtora depois da falência da gigante náutica Viareggio, em 2021, pede 222 milhões de euros, o equivalente a R$ 1,3 bilhão, de indenização por danos à imagem e por perda de lucros.
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Depois que a embarcação afundou, de acordo com a empresa, as negociações para a venda de três iates, que já estavam quase finalizadas, foram interrompidas pelos compradores. Além disso, contratos com um fundo de investimento e uma famosa marca de moda europeia também não foram mais à frente.
A ação foi aberta nesta sexta-feira (20) no Tribunal de Termini Imerese, onde o Ministério Público segue apurando as causas do naufrágio.
O capitão do navio, o neozelândes James Cutfield, e dois tripulantes que são investigados como suspeitos são implicados diretamente pelos advogados do grupo.
Duas empresas também são citadas: a Revtom, de propriedade da mulher de Mike Lynch, uma das sobreviventes do naufrágio, que era a dona da embarcação, e Camper & Nicholsons International, que cuidava da gestão da tripulação, acusando-a de ter escolhido um capitão sem os requisitos certos para dirigir um superiate de 56 metros.
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Com o processo, além de proteger os investidores, o The Italian Sea quer reiterar a tese de que o naufrágio não se deveu a problemas estruturais do barco – que, segundo técnicos e especialistas da área, teria resistido a qualquer tempestade –, mas sim por uma série de erros humanos cometidos naquela noite a bordo do iate.
O naufrágio
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Vídeo mostra momento em que iate de luxo desaparece na Itália
A passagem de um tornado incomum no mar Mediterrâneo fez com que o iate virasse. Veja o momento no vídeo acima.
"O vento estava muito forte. O mau tempo era esperado, mas não nessa magnitude", disse um oficial da Guarda Costeira em Palermo à agência de notícias Reuters.
Por causa do horário, a maioria dos passageiros estava dormindo nas cabines do iate. Uma das sobreviventes contou que acordou com a água dentro da embarcação e foi para o convés.
Como ocorreu o naufrágio do Bayesian — Foto: Dhara Assis, Bianca Batista e Kayan Albertin/Arte g1
Local do naufrágio do Bayesian — Foto: Dhara Assis, Bianca Batista e Kayan Albertin/Arte g1
Bolhas de ar
As primeiras análises dos corpos de quatro das sete vítimas do naufrágio do iate de luxo do bilionário Mike Lynch, no sul da Itália, apontam que elas morreram sufocadas, e não afogadas, depois que o oxigênio acabou dentro da embarcação depois de ela ir a pique.
As autópsias dos restos mortais dos casais Jonathan e Judith Bloomer e Chris e Neda Morvillo indicam que eles estavam presos em uma "bolha de ar" no iate Bayesian.
Entenda: O QUE SÃO BOLHAS DE AR?
Bombeiros retiram nesta quinta (22) mais um corpo de destroços do iate que naufragou na Itália — Foto: Guglielmo Mangiapane/via Reuters
Jonathan era um executivo da Morgan Stanley International, enquanto Chris Morvillo era advogado de Lynch. Eles comemoravam, durante a viagem, a absolvição do bilionário em um caso de fraude no Reino Unido.
Além dos dois casais, morreram no naufrágio Mike Lynch, sua filha, Hannah, e o chef de cozinha Recaldo Thomas, que fazia parte da tripulação.
Após o navio afundar, 15 pessoas foram resgatadas com vida. Entre elas estavam a esposa de Lynch, uma das convidadas com sua bebê de 1 ano e seu marido e nove membros da tripulação. O iate afundou cerca de 50 metros abaixo da superfície, o que dificultou o trabalho das equipes de resgate.