Publicada em 04/09/2024 às 10h02
Kamala Harris é a candidata escolhida por 60% dos eleitores da geração Z que pretendem votar nas eleições presidenciais de novembro dos Estados Unidos, segundo pesquisa promovida pela rede de TV americana NBC em parceria com a SurveyMonkey.
O levantamento, divulgado nesta quarta-feira (4), ouviu jovens com idades entre 18 e 29 anos entre os dias 23 e 30 de agosto. Dos mais de 2,6 mil entrevistados, um em cada 10 diz que não irá votar - nos EUA, o voto não é obrigatório.
Questionados em quem votariam caso a eleição presidencial ocorresse agora, eles responderam:
50% apoiam Kamala Harris
34%, Donald Trump
6% pretendem votar em outra pessoa
10% não vão às urnas
A diferença entre Kamala e Trump é ainda maior quando o recorte é feito por gênero. A vantagem da democrata entre as jovens eleitoras é de 30 pontos; já entre os homens é de apenas 4.
Harris também recebe apoio robusto de universitários, superando Trump por 26 pontos entre esse grupo: 56% a 30%. Além disso, apenas 5% dos eleitores com nível superior dizem que não votarão para presidente em novembro.
O apoio aos dois candidatos é dividido igualmente entre Harris e Trump entre os independentes, com ambos os candidatos conquistando cerca de 25% dos eleitores jovens.
Pesquisas anteriores
No dia 29 de agosto, uma pesquisa da agência de notícias Reuters e do Instituto Ipsos apontou que a candidata democrata à presidência dos EUA, Kamala Harris, lidera as intenções de voto e aumentou a vantagem sobre Donald Trump no eleitorado geral e, principalmente, entre mulheres e latino-americanos.
Segundo a pesquisa, Harris tem 45% das intenções de voto, e Trump, candidato republicano, 41%. Foram ouvidos apenas eleitores registrados — ou seja, pessoas que se cadastraram em seus estados para o voto, que não é obrigatório no Estados Unidos.
A vantagem da democrata sobre o republicano aumentou no eleitoral geral: na pesquisa desta quinta, Harris teve quatro pontos percentuais a mais, entre os eleitores registrados, que Trump. Já no fim de julho, ela tinha um ponto percentual a mais, segundo levantamento da Reuters/Ipsos na ocasião.
O levantamento mostrou também Harris com mais apoio entre mulheres e latino-americanos.
Entre os latino-americanos, também chamados de hispânicos nos EUA, Harris liderou Trump por 49% a 36% - ou 13 pontos percentuais.
Nas quatro pesquisas da Reuters/Ipsos conduzidas em julho, ela também teve uma vantagem de nove pontos entre as mulheres e uma vantagem de 6 pontos entre os hispânicos.
Já Trump liderou entre eleitores brancos e homens, ambos por margens semelhantes às de julho, embora sua liderança entre eleitores sem diploma universitário tenha diminuído para 7 pontos na última pesquisa, abaixo dos 14 pontos em julho.
O aumento da vantagem de Harris ilustra as guinadas na corrida presidencial dos EUA nos dois últimos meses.
A reviravolta começou em 21 de julho, quando o presidente do país, Joe Biden, 81, desistiu de concorrer como candidato democrata após o desempenho desastroso no debate contra Trump em junho, o que gerou uma onda de pedidos para que ele deixasse a corrida, principalmente por parte de democratas.
Desde então, Kamala Harris, indicada pelo próprio Biden para substituí-la, ganhou terreno contra Trump em pesquisas nacionais e em estados decisivos.
A nova pesquisa, que foi conduzida nacionalmente durante oito dias até quarta-feira (28), teve uma margem de erro de dois pontos percentuais. O levantamento ouviu 4.253 adultos dos EUA, incluindo 3.562 eleitores registrados.
Donald Trump reposta comentário obsceno sobre Kamala Harris e Hillary Clinton em rede social
Estados decisivos
Embora pesquisas nacionais, incluindo a da Reuters/Ipsos, deem sinais importantes sobre as opiniões do eleitorado, são os resultados do Colégio Eleitoral, onde votam os delegados, que determinam o vencedor.
Nos sete estados onde a eleição de 2020 foi mais acirrada — Wisconsin, Pensilvânia, Geórgia, Arizona, Carolina do Norte, Michigan e Nevada — Trump teve uma vantagem de 45% a 43% sobre Harris entre os eleitores registrados na pesquisa publicada nesta quinta.
"É óbvio que concorrer contra Harris é mais desafiador para Trump, dada a mudança nesses números, mas certamente não é intransponível", disse Matt Wolking, um estrategista de campanha republicano que trabalhou na campanha de Trump em 2020.
Segundo Wolking, Trump precisa permanecer o mais focado possível em sua campanha "para não assustar" os eleitores que estavam se inclinando para ele porque não gostavam de Biden.
Já Kamala Harris vem investindo pesado nos estados decisivos, por onde faz uma turnê desde que aceitou formalmente a nomeação democrata na semana passada.
Entusiasmo cresce entre democratas
A pesquisa Reuters/Ipsos desta quinta também mostrou que cerca de 73% dos eleitores democratas registrados disseram que estavam mais animados para votar em novembro, depois que Harris entrou na disputa.
"Vemos nesta pesquisa que as pessoas estão mais motivadas sobre o futuro do que sobre o passado", disse Aimee Allison, fundadora do She the People, um grupo liberal que visa aumentar o número de mulheres negras em cargos eleitos.
"Eles veem Kamala Harris como o futuro, e os republicanos veem esta eleição como apenas sobre Trump".
Mas os eleitores de Trump também expressaram entusiasmo sobre seu candidato: 64% deles disseram que sua escolha foi mais motivada por apoiar Trump do que se opor a Harris.
O período de pesquisa da última pesquisa coincidiu parcialmente com a Convenção Nacional Democrata de 19 a 22 de agosto em Chicago, onde Harris aceitou formalmente a nomeação de seu partido.