Publicada em 09/09/2024 às 09h36
A mãe de Colt Gray, o adolescente de 14 anos que foi acusado de ter realizado um tiroteio numa escola de ensino médio no estado norte-americano da Geórgia, que resultou na morte de dois estudantes e de dois professores, contactou a unidade de ensino cerca de 30 minutos antes do ataque.
Marcee Gray teria avisado um conselheiro escolar sobre uma “emergência extrema”, tendo pedido que localizasse o seu filho, noticiou o The Washington Post.
De fato, registros telefônicos fornecidos ao meio de comunicação por um familiar mostram uma chamada telefônica para a escola Apalachee, em Winder, com a duração de 10 minutos, às 9h50, cerca de 30 minutos antes do ataque.
Neste momento, um funcionário escolar dirigiu-se à sala de aula onde o jovem estaria, mas era muito tarde. O trabalhador deixou a divisão com uma mochila que pertencia a um adolescente com um nome parecido ao de Colt Gray, e o tiroteio teve início minutos depois.
A mãe do adolescente não detalhou o conteúdo da conversa ao jornal, mas adiantou tê-lo partilhado com as autoridades.
“Lamento muito e não consigo imaginar a dor e o sofrimento por que estão passando neste momento”, disse, tendo classificado o ataque como “absolutamente horrível”.
O tiroteio teria durado cerca de um minuto, tendo começado num corredor e terminado numa sala de aula, revelou o xerife do condado de Barrow, Jud Smith, à ABC News.
Nesse minuto, o adolescente atirou contra 13 pessoas, quatro das quais morreram. Contudo, e de acordo com as autoridades, o número de mortes teria sido superior sem a resposta rápida e o sistema de alerta que o condado tinha instalado uma semana antes.
Todos os professores tinham um cartão de identificação da empresa de segurança CENTEGIX, que incluía um botão que permitia alertar as autoridades em caso de uma “emergência ativa”. Pelo menos 26 docentes acionaram o seu botão e alertaram a polícia em simultâneo.
Aliás, mesmo antes da chegada as autoridades, dois agentes escolares já tinham localizado o suspeito.
Colt Gray foi indiciado por quatro crimes de homicídio, na sexta-feira, e será julgado como adulto.
Já o pai do menor, Colin Gray, que foi preso na quinta-feira à noite, foi indiciado por quatro crimes de homicídio involuntário, dois crimes de homicídio em segundo grau e oito crimes de crueldade contra crianças, por supostamente ter permitido o acesso do adolescente à arma semi-automática usada no ataque, que também causou nove feridos.
O juiz responsável pelo caso disse que, se for considerado culpado, o homem de 54 anos poderá ser condenado a 180 anos de prisão.
Em nenhum dos casos a defesa dos suspeitos pediu libertação sob fiança, e ambos aguardarão julgamento em prisão preventiva.