Publicada em 18/09/2024 às 09h15
Marketing Disruptivo aplicado em campanhas eleitorais
O conceito de disrupção é algo muito interessante para a sociedade brasileira, que é regida e organizada por padrões. Os padrões métricos, os padrões de comportamentos, padrões sociais, ou seja, todos os tipos de padrão que assimilamos como herança colonial e patriarcal, transforma em comportamento peculiar e próprio, desde o processo de assimilação no meio familiar, cognitivo na escola e social no convívio em sociedade. Qual é o fundamento do Marketing trabalhar com o conceito de disrupção? É justamente promover essa quebra, ou seja, modificar essa estruturação sempre repetitiva e igual, que as pessoas estejam sujeitas cada vez mais a mensagens parecidas e repetidas - estratégia de comunicação do fascismo e nazismo. As práticas de relacionamento se repetiam, mas hoje em dia, com o advento da internet, se alternam progressivamente. E nós estamos vivendo uma época em que os valores e a consciência humana estão sendo modificados porque os indivíduos estão tendo outros tipos de interação e estão sofrendo mudanças nos seus paradigmas e nas suas formas de se comportar. Essa mudança disruptiva da ordenação social da sociedade foi notada pelo Marketing. Neste caso, o marketing disruptivo procura atingir quem pensa fora da caixinha, esses indivíduos fazem parte de uma sociabilidade dentro da forma padrão em que estamos inseridos, que nós consumimos e procuramos. Somado tudo isso, nada mais é do que uma expressão da nossa relação social que todos nós estamos construindo frequentemente um conjunto de padrões, estamos dentro de uma sociedade, somos regidos por normas que essa sociedade nos traz, e essas normas vão constituindo pouco a pouco o nosso repertório, ou seja, nós agimos de acordo com aquilo que esse repertório nos orienta a pensar e fazer. Se as sociedades não fossem regradas, se elas não tivessem essas normas, nós não teríamos uma sociabilidade, que é um conceito um pouco mais específico da forma como nós nos posicionamos uns diante dos outros, dentro do espaço social onde coabitamos. E tudo isso está diretamente relacionado não só aos nossos hábitos e às nossas atitudes, sejam elas familiares, sejam elas entre os nossos amigos, enfim, o nosso modo de convivência social.
Caixinha
Quem pensa fora da caixinha nutre o desejo de ingressar em grupos ou pertencer a sistemas, e esses sistemas fazem parte de um segmento da parcela da sociedade, ou seja, eu quero ter aquela roupa, celular, carro, casa e frequentar os mesmos lugares, mas por que não consigo? Quem responde é a Programação Neurolinguística (PNL) e a teologia da prosperidade contida na obra de Max Weber.
Esfera
É importante a gente compreender o ser humano disruptivo, principalmente como pensa e se comporta no convívio social. Analisar a disrupção nos permite pensar como sujeito, como ser, que habita uma esfera social, mas habita uma esfera mercadológica, dentro da qual nós construímos os nossos parlamentos, que estabelecem as nossas próprias regras dentro do conjunto de regras sociais que já são existentes.
Linguagem I
A gente, como seres humanos, constituímos uma espécie de linguagem, que não só é a nossa própria linguagem, não é a nossa forma de se comunicar, mas também é a nossa linguagem comportamental, a nossa linguagem social, a forma como seres sociais se organizam nos espaços onde estamos.
Linguagem II
O candidato a vereador Zé Paroca (Avante) e a candidata a prefeita Euma Tourinho (MDB), trouxeram a linguagem disruptiva do Marketing Disruptivo para a eleição municipal de Porto Velho em curso. Ambos estão chamando a atenção de um segmento do eleitorado que pensa fora da caixinha.
Pesquisa
A pesquisa Quaest divulgada ontem (17) – registro RO-08775/2024/TSE – revela que a candidata a prefeita Mariana Carvalho (União) lidera as intenções de voto para o 1º turno em Porto Velho com 56%. Já o candidato a prefeito Léo Moraes (Podemos), que antes tinha 18%, agora tem 11% de intenções de voto.
Intenção
A candidata Euma Tourinho (MDB) antes tinha 4% das intenções de voto, enquanto na pesquisa recente chegou a 10%. O candidato a prefeito Célio Lopes (PDT) tinha 3% e na pesquisa atual, pontuou com 6%. Já os candidatos a prefeito Samuel Costa (Rede/PSOL), Ricardo Frota (Novo) e Dr. Benedito Alves (SD) pontuaram com 1%, ou seja, estão empatados tecnicamente.
Curioso
A pesquisa Quaest ainda trouxe os seguintes números: indecisos: 6% (Eram 9%); branco/nulo/não vai votar: 8% (Eram 11%); na intenção de votos espontâneos, existe um dado curioso que precisa ser observado e que ninguém observa, vejamos: os eleitores indecisos representam 50%, antes eram 71%, esse dado pode fazer um candidato crescer, aumentar o desempenho de um candidato em crescimento e, consequentemente, provocar um segundo turno das eleições.
Manter
A candidata Mariana Carvalho (União Brasil) para manter a liderança precisa fazer com que a campanha ganhe as ruas, ou seja, promover grandes caminhadas nos bairros como forma de contagiar a população. No entanto, repito, Mariana precisa responder implicitamente aos ataques de fake news, saber capitalizar a vinda do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e se sair bem nos debates.
Disruptivo
A candidata a prefeita Euma Tourinho (MDB) está matando um leão por vez, como escrevi em colunas anteriores. O marketing disruptivo da candidata chama a atenção para ela desde o início com a polêmica criada com o advogado Márcio Nogueira, que preside a OAB. Depois, com o vídeo das cartas, em seguida, com ataques à gestão do prefeito Hildon Chaves (PSDB) e, por último, com as provocações direcionadas a candidata Mariana Carvalho (União Brasil), a quem chama de patricinha e os convites para os debates.
Cresceu
As pesquisas apontam um bom desempenho do candidato a prefeito Célio Lopes (PDT), considerando que ele era um desconhecido, comparado à candidata Euma Tourinho (MDB), que é juíza há 30 anos na cidade e de família tradicional. Neste caso, podemos dizer que Célio cresceu bastante, mas para crescer mais, precisa do empenho da militância do PT e apresentar o seu alinhamento com o presidente Lula (PT) na propaganda eleitoral e no material de campanha.
Curioso
Existe um dado curioso a analisar na pesquisa Quaest em relação aos números de intenção de votos do candidato Dr. Benedito Alves (SD). Quem frequenta igrejas evangélicas, conversa com evangélicos e observa o tamanho das reuniões do candidato Benedito, muito me estranha esse desempenho pífio aparente na pesquisa. Vamos aguardar as próximas pesquisas.
Kadu
Estreante na política, o candidato a vereador Carlos Eduardo Kadu (Avante) deseja ser uma opção de renovação junto ao eleitorado de Porto Velho. Nas reuniões e nas redes sociais, o candidato Kadu tem dito que a sua experiência de gestão em saúde no setor público e privado poderá contribuir muito na fiscalização dos recursos públicos municipais destinados à saúde.
Viralizou
Depois da divulgação do resultado da pesquisa Quaest apresentando vantagem da candidata Mariana Carvalho (União Brasil), um vídeo do deputado estadual Marcelo Cruz e do candidato a vereador Pastor Evanildo, ambos do PRTB, apresentando uma militância gigante pronta para ganhar as ruas de Porto Velho ao lado de Mariana, viralizou nos grupos de WhatsApp.
Forte
O prefeito Marcélio Brasileiro (PL), que disputa a reeleição em Nova Mamoré, está muito forte, conseguir levar o governador Coronel Marcos Rocha (União Brasil), que não gosta de sair de casa, para uma caminhada na cidade hoje (18), é espetacular.
Pandora
Vale lembrar que o prefeito Marcélio Brasileiro (PL) apoiou o senador Marcos Rogério (PL) para governador, ou seja, foi contra a reeleição do governador Coronel Marcos Rocha (União Brasil). Já quem apoiou Marcos Rocha no primeiro e segundo turnos das eleições de 2018 e de 2022 em Nova Mamoré, foram desprezados por Rocha e colocados na Caixa de Pandora.
Sério
Falando sério, o Marketing Disruptivo aplicado em campanhas eleitorais, quando analisados os cases de disrupção de candidatos que foram sucessos, a exemplo do ex-presidente Jair Bolsonaro e o presidente da Argentina Javier Milei, além de diversos parlamentares, prefeitos e governadores, revela que os marqueteiros recorreram à Programação Neurolinguística (PNL) e estudaram o sentimento territorial, as características, o comportamento, a linguagem, o movimento aleatório e a lógica do eleitor, passando a entender a cabeça do eleitor e promover a quebra de paradigmas, revelando novas manifestações da territorialidade do voto no pleito eleitoral.