Publicada em 06/09/2024 às 10h22
O Bombardier CRJ-200 que caiu em Katmandu, no Nepal, tinha dados inconsistentes de peso e velocidade inseridos em seu computador de bordo, segundo um relatório preliminar divulgado nesta sexta-feira (6).
A inserção dos dados incorretos levou a um estol (perda de sustentação) logo após a decolagem.
O avião caiu e pegou fogo logo após tentar decolar do aeroporto de Katmandu, a capital do Nepal, matando 18 pessoas no último dia 24 de julho. O comandante foi resgatado com vida.
Todos os ocupantes eram funcionários de uma companhia aérea. A aeronave transportava dois tripulantes e 17 técnicos para a cidade de Pokhara, para reparar outro avião. Um dos engenheiros era de nacionalidade iemenita, sendo todos os outros nepaleses.
O avião era um Bombardier CRJ-200, com capacidade para 50 pessoas. A aeronave pertencia à Saurya Airlines.
"O avião estava programado para passar por manutenção por um mês a partir de quinta-feira [25 de julho]. Não está claro por que ele caiu", disse Mukesh Khanal, um executivo da Saurya Airlines.
Segurança aérea no Nepal
O Nepal tem sido criticado por um fraco histórico de segurança aérea -- quase 350 pessoas morreram em acidentes de avião ou helicóptero no país desde 2000.
O incidente mais mortal ocorreu em 1992, quando um Airbus da Pakistan International Airlines bateu numa encosta quando se aproximava de Katmandu, matando 167 pessoas.
Em janeiro de 2023, 72 pessoas morreram num acidente da companhia aérea Yeti, que mais tarde foi atribuído ao corte de energia por engano dos pilotos.
Localizado no coração do Vale de Katmandu, o principal aeroporto do país é cercado por montanhas, afetando a direção e a intensidade do vento na área e tornando a decolagem e o pouso um desafio para os pilotos.