Publicada em 26/09/2024 às 15h15
Nunca o rio Acre registrou um nível tão baixo como o verificado em Rio Branco, capital do estado. O rio, que é a principal fonte de abastecimento de Rio Branco, atingiu apenas 1,23 m, a menor cota registrada na história desde que o monitoramento por órgãos ambientais teve início, em 1971.
O recorde anterior tinha sido registrado na sexta-feira (20), quando as medições apontaram cota de 1,25 m e igualaram o, até então, menor nível da história, que havia sido computado há quase dois anos, em 2 de outubro de 2022.
A redução contribui para agravar ainda mais a crise hídrica no estado do Norte, que ocorre devido à falta de chuvas e o consequente prolongamento do período seco.
O manancial em Rio Branco está com menos de 2 m há cerca de 90 dias. Em 12 de agosto, por exemplo, atingiu 1,37 m.
O agravamento das condições climáticas no rio ocorreu nos últimos anos. Antes de alcançar o recorde neste sábado e ter repetido o índice de dois anos atrás, o rio registrou, em 17 de setembro de 2016, nível de apenas 1,3 m.
Segundo a CPT (Comissão Pastoral da Terra), os impactos da seca extrema são notados nas duas bacias que formam o rio Acre: a do Purus e a do Juruá, colocando em risco o acesso de comunidades à água potável e alimentos. Em muitos pontos onde havia água, hoje existem grandes bancos de areia às margens dos rios.
São afetadas pela estiagem mais de 387 mil pessoas nas zonas urbana e rural da capital, segundo o governo do estado. Mas não só, já que todas as bacias hidrográficas do Acre estão em cota de alerta máximo para seca, e os 22 municípios do estado continuam em estado de emergência.
Paradoxalmente, o estado tem sofrido com extremos climáticos neste ano. Das 22 cidades, 19 sofreram inundações no início do ano, com cotas históricas máximas em alguns.