Publicada em 30/09/2024 às 15h18
Porto Velho, RO – O senador de Rondônia, Confúcio Moura (MDB), publicou um texto em suas redes sociais nesta semana, no qual retrata a situação crítica enfrentada pelos ribeirinhos durante o período de seca do Rio Madeira. Segundo o parlamentar, a seca que afeta o rio tem imposto grandes dificuldades às populações que dependem diretamente das águas para suas necessidades diárias.
"Vocês estão vendo as pessoas carregando galões de água na cabeça, nas costas. Um sacrifício extraordinário!", disse o senador ao descrever imagens que retratam moradores locais transportando água em meio à escassez. Moura ainda destaca que as dificuldades não se restringem ao Rio Madeira, observando que "muitos outros rios caudalosos da Amazônia estão na mesma circunstância".
A população ribeirinha, cuja subsistência depende diretamente dos rios, está sendo particularmente prejudicada. "Os que mais sofrem são aqueles que mais preservam, que são as populações ribeirinhas", afirmou. A falta de água potável para consumo humano é uma das maiores adversidades enfrentadas por essas comunidades.
O senador também trouxe uma reflexão sobre a responsabilidade das ações humanas em relação à natureza. Segundo ele, a degradação ambiental causada por desmatamento, queimadas e poluição tem gerado reações da própria natureza, como as secas e as enchentes em diferentes regiões do país. "O homem faz mal à natureza, desmatando, queimando, poluindo, e, em troca, a natureza não fica impassível. Ela reage", declarou.
Ao citar as enchentes recentes no estado do Rio Grande do Sul e os incêndios que devastam grande parte do território nacional, Moura questionou: "Será que isso tudo é natural? Será que isso tudo veio, assim, por geração espontânea? Ou esse fogo é criminoso, em grande parte?". Para o senador, esses desastres evidenciam a necessidade de uma "consciência ambiental" mais ampla e urgente.
Ele alertou que a continuidade dos danos ao meio ambiente também atinge diretamente a saúde humana. "O homem é mau. Ele faz mal à natureza e ele atinge a si próprio. Ele também respira mal. Ele também tem as alergias, ele também tem as lesões de pele. Eles também morrem queimados", afirmou.
Encerrando seu apelo, Confúcio Moura frisou que a única forma de evitar uma ameaça à humanidade é por meio de uma conscientização global. "Ou nós tomamos a consciência ou a humanidade estará ameaçada", concluiu.
CONFIRA O TEXTO:
Rio Madeira x Ribeirinhos (quando o rio seca, a vida seca)
As imagens dessas fotos mostram a tragédia da seca no Rio Madeira. Mas não é só o Rio Madeira que está nessa situação. Muitos outros rios caudalosos da Amazônia estão na mesma circunstância. Os que mais sofrem são aqueles que mais preservam, que são as populações ribeirinhas.
O nome já fala – ribeirinhos, ribeirinhos de margens. Eles estão ali na beira dos rios caudalosos e não têm água boa para beber. Com a seca dos rios fica ainda mais difícil. Vocês estão vendo as pessoas carregando galões de água na cabeça, nas costas.
Um sacrifício extraordinário! E assim vai. Isso é o fruto dos desmandos, das inconsequências do próprio homem. O homem faz mal à natureza, desmatando, queimando, poluindo, e, em troca, a natureza não fica impassível.
Ela reage.
Ela reage com uma força muito grande. Você já viu algo, alguma coisa igual às enchentes do Rio Grande do Sul? Isso é um começo. E esse fogaréu no Brasil, que atinge 60% do território nacional. Será que isso tudo é natural? Será que isso tudo veio, assim, por geração espontânea?
Ou esse fogo é criminoso, em grande parte? Então, a gente verifica. Constata que o homem é mau. Ele faz mal à natureza e ele atinge a si próprio. Ele também respira mal. Ele também tem as alergias, ele também tem as lesões de pele. Eles também morrem queimados, como os animais, como as aves, como as árvores.
Então, meu povo brasileiro, povo do mundo inteiro, o que nos acalenta, o que nós necessitamos, é de uma consciência ambiental. Ou nós tomamos a consciência ou a humanidade estará ameaçada. Essa é a grande realidade.