Publicada em 24/10/2024 às 10h41
Pelo menos 17 palestinos foram mortos - sendo 9 crianças - e 42 ficaram feridos em um ataque israelense a uma escola no campo de Nuseirat, em Gaza, nesta quinta-feira (24), informou o hospital Al-Awda.
Imagens feitas após o bombardeio mostram a destruição do local, que abrigava deslocados pela guerra, e a correria para levar os feridos ao hospital.
O Exército israelense confirmou o ataque, no entanto disse que o local era um centro de comando e controle do Hamas que, anteriormente, era usado como escola e que seus militares tomaram inúmeras medidas para mitigar o risco de ferir civis.
Segundo o Ministério da Saúde de Gaza, ligado ao grupo extremista palestino, o número de mortos em Gaza já chega a quase 43 mil.
A Defesa Civil da Faixa de Gaza afirmou, nesta quinta, que pelo menos 770 pessoas morreram no norte do território palestino desde o dia 6 de outubro.
"Há mais de 770 mortos desde o início da operação militar e ainda há mortos sob os escombros e nas ruas", disse à AFP o porta-voz da organização, Mahmud Basal.
Nesta quinta, na cúpula do Brics, na Rússia, o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres fez um apelo pelo cessar-fogo na região: "Precisamos de paz em todos os níveis".
O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, disse nesta quinta, após negociações no Catar, que prevê que os negociadores se reunirão novamente nos próximos dias para discutir um acordo para encerrar a guerra de Israel em Gaza, e anunciou ajuda financeira.
"Hoje, anunciamos US$ 135 milhões adicionais em ajuda humanitária, água, saneamento e saúde interna para os palestinos em Gaza e na Cisjordânia", disse Blinken, lembrando que o governo americano já ajudou com US$ 1,2 bilhão desde o início da guerra, em 7 de outubro de 2023.
ONU vem denunciando condições em Gaza
O chefe da agência da ONU para refugiados palestinos, UNRWA, usou a rede social X para acusar Israel de estar impedindo que missões humanitárias cheguem às áreas no norte da Faixa de Gaza com suprimentos essenciais, incluindo remédios e alimentos, nesta segunda-feira (21).
Philippe Lazzarini também afirmou que hospitais foram atingidos por ataques e estão sem energia, deixando pacientes sem cuidados, e que os abrigos estão tão lotados que alguns deslocados são obrigados a viver nos banheiros desses locais.
"De acordo com relatos, pessoas que tentam fugir estão sendo mortas, seus corpos deixados na rua. Missões para resgatar pessoas sob os escombros também estão sendo negadas. (...) Negar e armar assistência humanitária para atingir propósitos militares é um sinal de quão baixa é a bússola moral", postou o chefe da UNRWA, pedindo um acordo de cessar-fogo.
Os relatos também foram feitos por moradores e médicos de Gaza para a agência de notícias Reuters. Segundo eles, hospitais e abrigos estão sitiados nesta segunda devido à intensificação das operações israelenses.
ONGs que atuam em Gaza e a população local vêm acusando Israel de estar atacando o campo de refugiados de Jabalia para "limpar" o território e criar uma zona tampão no norte de Gaza. Israel nega.