Publicada em 17/10/2024 às 10h43
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, anunciou nesta quinta-feira, em uma ligação telefônica com o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, um novo pacote de ajuda militar para Kiev, no valor de 425 milhões de dólares, equivalente a cerca de 2,4 bilhões de reais. O apoio inclui "capacidades adicionais de defesa antiaérea", conforme divulgado pela Casa Branca.
Segundo o comunicado oficial, os Estados Unidos vão fornecer à Ucrânia, nos próximos meses, "centenas de interceptores de defesa antiaérea, dezenas de sistemas táticos de defesa aérea e sistemas de artilharia adicionais", para atender às "necessidades urgentes" do país em sua guerra contra a Rússia.
O pacote, avaliado em 425 milhões de dólares (aproximadamente 2,4 bilhões de reais), inclui também "quantidades significativas de munições, centenas de veículos blindados de transporte de tropas, veículos de combate de infantaria e milhares de outros veículos blindados", segundo o comunicado.
Durante a conversa, Biden reafirmou seus esforços para aumentar a assistência militar à Ucrânia até o fim de seu mandato, em janeiro de 2025. Zelensky, por sua vez, atualizou o presidente norte-americano sobre os recentes desdobramentos do "plano ucraniano para vencer a Rússia", que foi apresentado oficialmente nesta quarta-feira.
Em uma publicação na rede social X (antigo Twitter), Zelensky agradeceu a Biden pelo novo pacote de ajuda militar, que inclui "armas de longo alcance". Ele também agradeceu ao Congresso dos Estados Unidos e ao povo norte-americano pelo apoio contínuo à defesa ucraniana.
"Estou grato ao presidente Biden, aos dois partidos do Congresso e ao povo dos EUA pelos 425 milhões de dólares em ajuda à defesa anunciados hoje", escreveu Zelensky, que deverá discursar em uma cúpula da União Europeia na quinta-feira.
Desde o início da guerra em 2022, os Estados Unidos já destinaram cerca de 175 bilhões de dólares (aproximadamente 997,5 bilhões de reais) em ajuda financeira e militar à Ucrânia.
Biden viajará à Alemanha nesta sexta-feira para uma de suas últimas visitas internacionais como presidente dos EUA, onde a situação na Ucrânia será um dos principais temas discutidos. Há a possibilidade de o chanceler alemão, Olaf Scholz, o presidente francês, Emmanuel Macron, e o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, se juntarem à reunião, conforme informações da imprensa.
A invasão russa à Ucrânia começou em 24 de fevereiro de 2022, com o pretexto de proteger minorias pró-russas e "desnazificar" o país, que se distanciava cada vez mais da influência de Moscou e se aproximava da Europa e do Ocidente.
O conflito já causou dezenas de milhares de mortes em ambos os lados. Recentemente, a guerra tem sido marcada por intensos ataques aéreos russos contra cidades e infraestruturas ucranianas, enquanto as forças de Kiev também realizam ofensivas contra alvos em território russo, incluindo na Crimeia, que foi anexada ilegalmente pela Rússia em 2014.
No terceiro ano do conflito, o exército ucraniano enfrenta dificuldades devido à escassez de soldados, armamentos e munições, apesar das promessas de ajuda contínua dos aliados ocidentais. Enquanto isso, as tropas russas, mais numerosas e melhor equipadas, continuam avançando na frente leste, mesmo com a ofensiva ucraniana na região de Kursk, dentro da Rússia.
As negociações de paz entre as partes estão completamente paralisadas desde a primavera de 2022, com Moscou insistindo que a Ucrânia aceite a anexação de parte de seu território.