Publicada em 26/10/2024 às 10h31
Porto Velho terá um confronto político inusitado no domingo (27), quando serão realizadas as eleições para a escolha da futura chefia do executivo da capital, atualmente ocupada pelo prefeito Hildon Chaves (PSDB), reeleito em 2020.
Após as eleições em primeiro turno, que contaram com sete candidatos, Mariana e Léo foram os mais bem votados. Como nenhum deles alcançou 50% mais um dos votos válidos, e Porto Velho possui mais de 200 mil eleitores, teremos segundo turno, que será realizado no domingo (27), assim como em vários municípios brasileiros.
Os dois jovens candidatos são experientes na política. Nenhum deles ocupou cargos no executivo, exceto Léo, que teve um breve período na direção do Detran-RO. Léo nasceu em Foz do Iguaçu (PR) e Mariana em São Paulo (capital), mas ambos cresceram física, mental, social e politicamente em Porto Velho.
Ambos vêm de famílias tradicionais na política regional. O pai de Mariana, Aparício Carvalho, foi vereador, vice-governador e deputado federal. Seu irmão, Maurício, renunciou ao cargo de vice-prefeito de Hildon Chaves, pois em 2022 foi eleito deputado federal e tem mandato até 2024. Mariana foi vereadora e, em dois mandatos consecutivos, deputada federal.
Paranaense, mas também rondoniense de coração, Léo, assim como sua adversária, teve o pai, saudoso Paulo Moraes, que foi vereador, presidente da câmara e deputado estadual. Sua mãe, Sandra, também foi vereadora e presidente do Parlamento Mirim. Léo já foi vereador e deputado (estadual e federal).
Pela primeira vez, dois jovens com destaque significativo na política regional estarão disputando a preferência do eleitorado de Porto Velho. No domingo (27), após o fechamento das urnas (às 16h), que serão abertas às 17h, cerca de uma hora depois já teremos o nome de quem ocupará a chefia do Poder Executivo de Porto Velho a partir de janeiro do próximo ano.
O eleitor tem o compromisso de escolher entre os dois. Não é uma missão fácil, pois tanto Léo quanto Mariana são identificados com a capital. Eles conhecem seus problemas, alguns crônicos, como o saneamento básico, onde a água encanada e tratada, inclusive na área central, é dia sim, dia não. O saneamento básico é mínimo em alguns setores do centro, desde a época da fundação, e o Rio Madeira serve como “estação de tratamento”. A mobilidade urbana é precária, pois é impossível circular nas calçadas irregulares do centro; o trânsito é desorganizado, confuso, violento e carece de estacionamento regulamentado, além de falta de fiscalização e orientação.
Porto Velho também enfrenta problemas sérios na área rural, já que o município, enorme (com mais de 34.000 quilômetros quadrados), tem dimensão superior a alguns estados e a inúmeros países.
Os dois candidatos já passaram pela vereança na capital e puderam conhecer a realidade de quem mora na periferia, nos distritos e no centro. Hildon pavimentou muitas ruas e avenidas nas áreas centrais, bairros e até em distritos. Porto Velho possui 12 distritos, alguns com infraestrutura superior a vários municípios, além de uma população ribeirinha significativa (mais de 50 comunidades) que dependem dos rios. A seca recorde deste ano deixou boa parte dessas comunidades sem água potável e até sem mantimentos, devido à restrição da navegação.
Não importa quem estará à frente do Executivo de Porto Velho a partir de janeiro. Mariana e Léo são jovens e conhecem os problemas e soluções (saneamento básico, saúde, educação, esporte, turismo) desse município gigante, que exige dedicação, organização, parcerias, responsabilidade e, acima de tudo, uma equipe competente, responsável e comprometida com as reais necessidades do povo.
Temos dois jovens que já passaram pela “escola” da política, que é a vereança, mas também pela Câmara Federal, que não é nenhum exemplo político. Ambos sabem diferenciar o joio do trigo. Governar Porto Velho é uma tarefa difícil e exigirá uma equipe homogênea. De preferência, quando o titular for técnico, que o adjunto seja político, ou vice-versa, para que tudo seja avaliado com seus prós e contras. No mundo moderno em que vivemos, o amanhã é hoje, e o hoje, ontem.
Que as divergências sejam encerradas após o resultado das urnas, e que Léo e Mariana se unam em favor dos interesses da maioria da população de Porto Velho, independentemente de quem seja o vencedor. O verdadeiro vencedor será o povo de Porto Velho.
Seja consciente, não venda seu voto, pois assim não terá como cobrar. O eleito jamais poderá atender apenas aos seus interesses, mas sim aos da maioria da população.