Publicada em 18/10/2024 às 10h56
A Coreia do Sul reforçou nesta sexta-feira (18) rumores de que soldados da Coreia do Norte passarão a lutar na Ucrânia ao lado da Rússia.
A agência de espionagem sul-coreana afirmou ter descoberto, com ajuda de Inteligência Artificial, um esquema secreto entre Rússia e Coreia do Norte para levar soldados e mísseis de Pyongyang para a guerra na Ucrânia.
Segundo a agência, navios militares russos transportaram na semana passada cerca de 1.500 soldados norte-coreanos para bases militares no extremo leste da Rússia, de onde "provavelmente" enviados para o combate na Ucrânia.
Ainda de acordo com Seul, os soldados norte-coreanos receberam uniformes do Exército russo, armas e identidades falsas da Rússia antes de embarcar no navio. As identidades falsas foram descobertas através de um sistema de reconhecimento facial por IA, disseram os espiões sul-coreanos.
A investigação também identificou que mísseis balísticos, foguetes antitanques e artilharia da Coreia do Norte estão sendo usadas pela Rússia em território ucraniano.
Os rumores de que a Coreia do Norte, aliada da Rússia, entrará oficialmente na guerra da Ucrânia foram levantados nesta semana pelo presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky. Em discurso no Parlamento de seu país para apresentar seu "plano da vitória" na guerra, Zelensky disse que seu serviço de inteligência também já constatou a presença de soldados e armas norte-coreanas em seu território.
Um dia antes, o Kremlin havia anunciado um tratado militar entre os dois países que determina que ambos se defenderão em caso de ataques de terceiros países.
O suposto esquema de cooperação entre Moscou e Pyongyang acontece também em um momento de acirramento de tensões entre a Coreia do Norte e a do Sul, que tecnicamente ainda estão em guerra.
Também nesta semana, o governo norte-coreano mudou sua constituição para classificar a Coreia do Sul como "um Estado hostil". E explodiu trechos de estradas que conectam os dois países — mas que estão fechadas há décadas. Como resposta, Seul, aliada dos Estados Unidos, disparou uma salva de tiros de "alerta".