Publicada em 03/10/2024 às 15h45
Em julho, o mundo testemunhou o que foi considerado o maior apagão cibernético da história. Uma falha de atualização no sistema de segurança Falcon, desenvolvido pela CrowdStrike para Windows, causou uma pane global, impactando sistemas bancários, aeroportos e outras empresas ao redor do mundo. Segundo dados da Microsoft, quase 9 milhões de computadores pararam, e o prejuízo estimado foi superior a US$ 5,4 bilhões. Para gerenciar a crise, entraram em cena os especialistas em rede de computadores.
O profissional tem como função garantir a estabilidade operacional e a segurança dos dados no ambiente virtual, como explica o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai). A atuação é focada em identificar necessidades e elaborar soluções. O pensamento lógico, a organização e a visão estratégica são habilidades exigidas pelo mercado, que está aquecido nos últimos anos, em razão das novas tecnologias.
Com o aumento da demanda por profissionais da área, o salário é superior à média nacional. O valor médio varia entre R$ 4.430,71 e R$6.922,99, conforme o nível de experiência, júnior, pleno ou sênior. Para especialistas, pode ultrapassar R$ 10 mil, conforme informações do portal Educa Mais Brasil.
Diferentes soluções tecnológicas são usadas por esses profissionais para gerenciar problemas, como os sistemas operacionais de rede, incluindo o Linux e o Windows Server, e as ferramentas de configuração, como SSH e PuTTY.
Há, também, instrumentos de planejamento, utilizados para organizar os projetos. Um deles é o diagrama de rede online, que funciona como um representante visual de atividades, com símbolos e ícones que melhoram a visualização das informações.
Por conta do apagão cibernético ocorrido em 19 de julho, mais de 7 mil voos foram cancelados. Sistemas operacionais de hospitais, canais de TV e redes de pagamento também foram afetados. A normalidade das operações ocorreu em função do trabalho dos especialistas em rede.
Mercado de trabalho no Brasil em déficit
Anualmente, o Linkedin desenvolve uma pesquisa sobre os cargos que mais crescem no Brasil. Em 2023, o estudo apontou que 40% das áreas que mostraram maior ascensão estão relacionadas à Tecnologia da Informação (TI), incluindo a carreira como profissional em rede de computadores.
Apesar do crescimento, o país enfrenta um déficit de talentos na área. Relatório da Associação Brasileira das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação (Brasscom) identificou que o mercado de tecnologia vai demandar cerca de 800 mil profissionais até 2025. Mas o número de formandos na área está abaixo do esperado, o que deve ocasionar um déficit projetado de 106 mil talentos.
Para superar o desafio, a associação sugere como estratégia agregar as áreas de ciências, engenharia e matemática. A proposta é inserir o aprendizado tecnológico nas graduações para aumentar a oferta de mão de obra no setor. Isso seria uma solução potencial para seguir o ritmo da demanda na área, mas surge outro obstáculo: o interesse dos jovens na área, segundo a Brasscom, ainda é baixo.
Como seguir carreira na área
Há várias possibilidades de carreira para o profissional da área, como informam diferentes instituições de ensino do país. Uma das alternativas é atuar como administrador de redes, responsável por administrar servidores e dados em ambiente Data Center e trabalhar dando suporte aos usuários. Para isso, é necessária a graduação em informática ou sistemas de informação.
De acordo com informações da Faculdade Anhanguera, entre as atribuições do analista de rede estão acompanhar a análise de desempenho da internet corporativa, criar um sistema de monitoramento, gerenciar a equipe de manutenção do site, propor soluções em criptografia e manter a boa configuração dos serviços.
Outra possibilidade é a carreira de analista de segurança da informação, que desenvolve projetos para manutenção da proteção de informações, incluindo sistemas de softwares e hardwares. Segundo a Fundação Instituto de Administração (FIA), esta é uma das carreiras da área de tecnologia que mais cresce, por conta da preocupação das organizações com o armazenamento, proteção e tratamento correto de dados.
Quem tem interesse em desenvolver programas antivírus, atuando contra possíveis ameaças cibernéticas e hackers, pode seguir a área de analista de suporte, responsável por garantir a segurança da empresa e criar sistemas de backup.
As oportunidades são amplas, e a especialização na área garante a capacidade de integrar sistemas de computadores que facilitem a comunicação virtual, além de estratégias de avaliação de desempenho com softwares e serviços de melhoria na qualidade de serviço (QoS).
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