Publicada em 31/10/2024 às 16h23
O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken , e o secretário de Defesa, Lloyd Austin, com os ministros das Relações Exteriores e da Defesa da Coreia do Sul — Foto: REUTERS/Leah Millis
Os Estados Unidos esperam que as tropas da Coreia do Norte que estão na Rússia sejam enviadas para combater forças ucranianas nos próximos dias, afirmou o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, nesta quinta-feira (31).
Blinken disse, em uma coletiva de imprensa após uma reunião com o Secretário de Defesa dos EUA, Lloyd Austin, e seus colegas sul-coreanos, que a Rússia tem treinado os soldados norte-coreanos em artilharia, em uso de drones e operações básicas de infantaria, indicando que pretendem usar as forças em operações de linha de frente.
O secretário americano também alertou que eles irão se tornar alvos militares legítimos se participarem dos combates contra Kiev e revelou que, em encontro com os ministros das Relações Exteriores e da Defesa da Coreia do Norte, opções de resposta foram debatidas.
Blinken disse que a China, assim como o mundo inteiro, deveria insistir e exigir que a Coreia do Norte cesse suas ações "provocativas", incluindo o envio de tropas para a Ucrânia, e que Washington teve uma "conversa sólida" com a China esta semana.
"Acho que eles conhecem bem as preocupações que temos e as expectativas... Então, veremos se eles tomam medidas. Mas acho que esse é um sinal de demanda que não vem apenas de nós, mas de países ao redor do mundo", declarou.
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Mais cedo, o vice-embaixador dos EUA nas Nações Unidas, Robert Wood, afirmou ao Conselho de Segurança da ONU que há 8 mil soldados norte-coreanos na região russa de Kursk "neste momento".
"Tenho uma pergunta muito respeitosa para meu colega russo: a Rússia ainda afirma que não há tropas da RPDC no país?", disse Wood, referindo-se ao nome formal da Coreia do Norte : República Popular Democrática da Coreia .
O representante russo não respondeu a Wood. Moscou não negou nem confirmou diretamente a presença de tropas da Coreia do Norte .
Após uma negação inicial, a Coreia do Norte defendeu a ideia de enviar tropas como estando em linha com o direito internacional.
Exercício conjunto
Jatos voando em formação durante exercício militar conjunto de EUA e Coreia do Sul em 31 de outubro de 2024. — Foto: Exército da Coreia do Sul via Reuters
Estados Unidos e Coreia do Sul, aliados na Ásia, fizeram manobras militares conjuntas nesta quinta-feira (31) em resposta a um lançamento de um míssil da Coreia do Norte com recorde de altura horas antes.
Os exercícios também acontecem em meio à escalada das tensões entre as duas Coreias por conta do envio de tropas de Pyongyang à Rússia.
Imagens de vídeo divulgadas nesta manhã pelo Estado-Maior Conjunto da Coreia do Sul mostraram caças F-16 e KF-16 da Coreia do Sul e dos EUA voando em formação próximos ao espaço aéreo norte-coreano (veja abaixo).
Mais cedo, também nesta quinta, a Coreia do Norte disse que testou um míssil balístico intercontinental que alcançou um recorde de altura e tempo. O governo norte-coreano chama o artefato de a "arma estratégica mais poderosa do mundo".
O lançamento na manhã de quinta-feira foi o mais longo teste de míssil balístico do Norte, com um tempo de voo de 87 minutos, de acordo com a Coreia do Sul.