Publicada em 31/10/2024 às 11h16
A reconstrução mamária é uma etapa fundamental no tratamento do câncer de mama, especialmente para pacientes que passaram por mastectomias totais ou parciais. Essa técnica, além de restabelecer a autoestima das pacientes, contribui ao resgate da feminilidade e preservação da autoimagem, aspectos essenciais no processo de recuperação física e psicológica.
Esse trabalho é realizado em duas unidades credenciadas pelo estado de Rondônia. A primeira, é a unidade de Assistência de Alta Complexidade em Oncologia (Unacon), que é a unidade de referência e beneficia pacientes de todo o estado, incluindo aquelas encaminhadas pelo Hospital do Amor. A segunda unidade credenciada, é o Hospital Regional de Cacoal, que atende à Macro II.
A Portaria GM/MS nº 127, publicada pelo Ministério da Saúde em 2023, ampliou o acesso ao procedimento para mulheres diagnosticadas com câncer de mama no SUS, habilitando hospitais de alta complexidade, como o Hospital de Base e o Hospital Regional de Cacoal, para realizarem cirurgias de reconstrução mamária pós-mastectomia.
Para o governador de Rondônia, Marcos Rocha, essas ações resultam de investimentos para oferecer um atendimento humanizado às pacientes com câncer, promovendo dignidade e qualidade de vida. “O governo de Rondônia tem investido nas unidades credenciadas para reforçar o compromisso com o cuidado e o acolhimento em saúde para as mulheres que passaram por câncer, garantindo um atendimento digno,” salientou.
A reconstrução mamária, ou mamoplastia oncoplástica, é realizada apenas após a paciente ser liberada pela oncologia, garantindo que não haja mais resquícios de células tumorais. Isso significa que, a paciente só pode realizar o procedimento após a remoção total ou parcial da mama e a confirmação de que não há mais câncer ou que a doença está estagnada. Dessa forma, a cirurgia visa preservar a estética e a função das mamas, proporcionando um resultado que respeita a autoimagem da paciente.
O médico cirurgião plástico e coordenador do Departamento de Cirurgia Plástica do Hospital de Base, Rodolfo Luis Korte, explica que o atendimento inclui desde a primeira avaliação, onde são definidos os métodos de reconstrução mais adequados, até o acompanhamento pós-operatório. “A escolha do tratamento é feita de forma personalizada, considerando fatores como idade, características específicas do câncer e necessidades individuais, sempre com a participação ativa da paciente e orientação médica,” afirmou o especialista.
Na Unacon, as técnicas de reconstrução mamária utilizadas incluem:
Lipoenxertia: procedimento que utiliza gordura retirada de outra parte do corpo da paciente para reconstrução da mama, proporcionando uma aparência mais natural.
Retalho do músculo grande dorsal: técnica que utiliza o músculo das costas para reconstruir a mama, indicada especialmente para aquelas que necessitam de uma base de sustentação mais firme.
Próteses mamárias: essa técnica é aplicada conforme a necessidade, permitindo a inserção de próteses definitivas após a preparação adequada da pele.
8Anualmente, a meta do departamento de cirurgia plástica do HB para a reconstrução mamária é de 25 mastectomias; entretanto, a unidade de saúde do estado tem ultrapassado a meta inicial. “Encerramos o mês de outubro com 27 procedimentos de reconstrução mamária às mulheres que passaram por câncer no estado,” destacou Rodolfo Korte.
O câncer de mama é uma das doenças mais comuns entre as mulheres. Segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca), são estimados 73.610 novos casos a cada ano durante o triênio 2023-2025, resultando em uma taxa ajustada de incidência de 41,89 casos por 100.000 mulheres, em todo o país.
O titular da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), Jefferson Rocha, ressalta que, a ampliação de recursos e atendimentos a pacientes com câncer de mama são estratégias para lidar com as estatísticas. “Estamos comprometidos em garantir que todas as mulheres tenham acesso a tratamentos adequados e humanizados. Cada investimento realizado é uma ação concreta em prol da saúde e dignidade das pacientes, ajudando-as não apenas a combater a doença, mas a reconstruir suas vidas com qualidade e esperança,” conclui.