Publicada em 12/10/2024 às 09h24
Israel enfrenta, nesta sexta-feira (11), uma onda de indignação internacional por ter atacado, pelo segundo dia consecutivo, a força de paz da ONU no Líbano, que pede um cessar-fogo "imediato" na guerra entre o país governado pelo primeiro-ministro Benjamin Netanyahu e o movimento islamista Hezbollah.
O Exército israelense, que afirma ter disparado contra uma "ameaça" próxima à posição das forças da ONU, garantiu que está conduzindo uma investigação "em profundidade" para estabelecer os detalhes do ocorrido.
A Força Interina das Nações Unidas no Líbano (Unifil, na sigla em inglês) afirmou que seu quartel-general sofreu nesta sexta-feira "explosões pela segunda vez em 48 horas" e que dois capacetes azuis do Sri Lanka ficaram feridos, depois que dois soldados indonésios ficaram feridos ontem.
O ataque contra a Unifil gerou fortes reações a nível internacional. O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, pediu a Israel, seu aliado, que pare de disparar contra as forças de paz.
Reunido com seus colegas em uma cúpula no Chipre, o chefe de governo da Espanha, Pedro Sánchez, instou a comunidade internacional a deixar de fornecer armas a Israel e exigiu "o cessar de todo tipo de violência" contra a Unifil.
Sua contraparte italiana, Giorgia Meloni, considerou esses ataques "inaceitáveis", assim como o presidente francês Emmanuel Macron, que acrescentou que a França "não vai tolerar" novos incidentes desse tipo.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, afirmou que o incidente constitui "uma violação do direito humanitário internacional", enquanto a Unifil assinalou que essas ações "representam um grande risco para as forças de paz".
Os incidentes ocorrem após Israel intensificar a campanha militar contra a milícia libanesa Hezbollah, aliada do Irã, em 23 de setembro, e uma semana depois de iniciar incursões terrestres no Líbano.
- Líbano pede cessar-fogo 'imediato' -
O primeiro-ministro do Líbano, Najib Mikati, pediu nesta sexta-feira ao Conselho de Segurança da ONU um cessar-fogo "imediato" entre Israel e o Hezbollah, depois de Beirute ter sido atingida na quinta-feira pelo mais letal bombardeio israelense, com 22 mortes, desde a escalada do conflito.
Além disso, o Líbano reportou as mortes de dois de seus soldados em bombardeios israelenses contra o sul do país.
Mikati pediu que o Exército libanês e as forças de paz sejam os únicos efetivos posicionados no sul do país e afirmou que o "Hezbollah está de acordo", embora não tenha se pronunciado a respeito.
Em uma mensagem difundida em árabe e hebraico nesta sexta, o movimento islamista libanês pediu aos israelenses que permaneçam afastados de sítios militares nas áreas residenciais do norte do país para "preservar suas vidas".
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