Publicada em 05/10/2024 às 10h10
As Forças de Defesa de Israel tentaram uma nova operação por terra, no Líbano, na madrugada deste sábado (5). O grupo extremista Hezbollah disse que militares israelenses tentaram se infiltrar em uma cidade do sul do país, o que resultou em conflitos armados. Além disso, Beirute voltou a ser bombardeada.
Segundo o Exército de Israel, o Hezbollah lançou mais de 200 projéteis contra o território israelense ao longo da sexta-feira (4). Sirenes de aviso soaram em cidades do norte do país. Por outro lado, Israel afirma ter bombardeado a sede de inteligência do Hezbollah em Beirute.
Enquanto isso, vários países tentam retirar civis do território libanês. Neste sábado, a FAB espera pousar a aeronave KC-30 em Beirute, onde cerca de 220 brasileiros devem embarcar.
O avião brasileiro está posicionado em Lisboa e aguarda das autoridades uma garantia de segurança para pouso e decolagem. Os passageiros já receberam um comunicado sobre o voo.
A TV Globo apurou que os brasileiros terão de ir até o aeroporto por meios próprios. Inicialmente, eles seriam levados até o terminal em um ônibus. No entanto, houve uma mudança na estratégia por questões de segurança, já que o comboio poderia ser alvo de um ataque durante o trajeto.
Segundo o comunicado enviado aos passageiros, o embarque está previsto para 13h, pelo horário local (7h, em Brasília).
Israel x Irã
Em outra frente de escalada no Oriente Médio, a comunidade internacional aguarda uma resposta de Israel ao ataque iraniano do dia 1º de outubro. Ainda não se sabe quando o contra-ataque acontecerá. O governo israelense prometeu uma resposta "surpresa" e "precisa".
Na sexta-feira, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, afirmou que Israel ainda está discutindo como irá responder ao ataque iraniano.
Os Estados Unidos afirmam que estão conversando com as autoridades israelenses para discutir uma resposta adequada e "proporcional" ao Irã.
Biden desaconselhou Israel a atacar campos de petróleo no território iraniano. O presidente já havia pedido para que Israel evitasse instalações nucleares do país.
Em 2023, o Irã foi o sétimo maior produtor de petróleo do mundo. Um ataque contra estruturas petrolíferas iranianas poderia pressionar ainda mais o preço da commodity.
O líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei, disse nesta sexta-feira que Israel "não durará muito" e convocou "todos os muçulmanos" a lutar contra o país.
O conflito com o Hezbollah
Israel disse que está fazendo uma operação militar contra o grupo extremista Hezbollah. Embora tenha atuação política no Líbano, a organização possui um braço armado com forte influência no país. Além disso, o Hezbollah é apoiado pelo Irã e é aliado dos terroristas do Hamas.
Os extremistas têm bombardeado o norte de Israel desde outubro de 2023, em solidariedade aos terroristas do Hamas e às vítimas da guerra na Faixa de Gaza.
Nos últimos meses, Israel e Hezbollah viveram um aumento nas tensões. Um comandante do grupo extremista foi morto em um ataque israelense no Líbano, em julho. No mês seguinte, o grupo preparou uma resposta em larga escala contra Israel, que acabou sendo repelida.
Mais recentemente, líderes israelenses emitiram uma série de avisos sobre o aumento de operações contra o Hezbollah. O gatilho para uma virada no conflito veio após os seguintes pontos:
Nos dias 17 e 18 de setembro, centenas de pagers e walkie-talkies usados pelo Hezbollah explodiram em uma ação militar coordenada.
A imprensa norte-americana afirmou que os Estados Unidos foram avisados por Israel de que uma operação do tipo seria realizada. Entretanto, o governo israelense não assumiu a autoria.
Após as explosões, o ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, disse que estava começando "uma nova fase na guerra".
Enquanto isso, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu prometeu que levará de volta para casa os moradores do norte do país, na região de fronteira, que precisaram deixar a área por causa dos bombardeios do Hezbollah.
Segundo o governo, esse retorno de moradores ao norte do país só seria possível por meio de uma ação militar.
Em 23 de setembro, Israel bombardeou diversas áreas do Líbano. O dia foi o mais sangrento desde a guerra de 2006.
Em 27 de setembro, Israel matou o chefe do Hezbollah, Hassan Nasrallah, por meio de um bombardeio em Beirute.
Israel lançou uma operação terrestre no Líbano "limitada e precisa" contra alvos do Hezbollah, no dia 30 de setembro.
Em 1º de outubro, o Irã atacou Israel como resposta à morte de Nasrallah e outros aliados do governo iraniano.
Em duas semanas, ataques israelenses em todo o território libanês quase 2 mil mortes, de acordo com o Ministério da Saúde do Líbano.