Publicada em 09/10/2024 às 10h49
Enquanto segue avançando na incursão terrestre no Líbano, Israel também voltou a intensificar os bombardeios na Faixa de Gaza. Segunda o Ministério da Saúde em Gaza, controlado pelo Hamas, o número de mortos na guerra, que já dura um ano, passou dos 42 mil nesta quarta-feira (9).
Só nas últimas 24 horas, pelo menos 45 pessoas foram mortas em bombardeios israelenses ao campo de refugiados de Jabalia, disseram médicos palestinos à agência de notícias Reuters.
O Exército israelense diz que os ataques, que já duram cinco dias, tem como objetivo impedir que os combatentes do Hamas realizem novos ataques a partir de Jabalia e evitar que eles se reagrupem.
Israel emitiu ordens de evacuação para moradores de Jabalia e áreas próximas, mas autoridades palestinas e da ONU dizem que não há lugares seguros para onde fugir na Faixa de Gaza .
Em uma rede social, Philippe Lazzarini, chefe da agência de ajuda da ONU para refugiados palestinos, disse que alguns abrigos e serviços da UNRWA foram forçados a fechar pela primeira vez desde o início da guerra e que, com quase nenhum suprimento básico disponível, a fome está se espalhando novamente no norte de Gaza.
"Pelo menos 400.000 pessoas estão presas na área. Ordens recentes de evacuação das autoridades israelenses estão forçando as pessoas a fugirem repetidamente, especialmente do campo de Jabalia. Muitos estão se recusando porque sabem muito bem que nenhum lugar em Gaza é seguro", lamentou.
Em comunicado, o Ministério da Saúde de Gaza também diz que o Exército israelense ordenou que três hospitais no norte de Gaza fossem evacuados, mas que centenas de pacientes e médicos ficaram presos dentro dessas instalações: "As vidas de dezenas de pacientes estão em risco por causa do cerco israelense em torno desses hospitais".
Conflito no Líbano continua
No Líbano, outra frente de batalha israelense, os conflitos na fronteira dos dois países segue intenso. Duas pessoas morreram- um homem e uma mulher - na cidade de Kirya Shmona, no norte de Israel, após serem atingidas por um míssil do Hezbollah, nesta quarta-feira (9), de acordo com autoridades israelenses.
As Forças de Defesa de Israel afirmam que cerca de 40 foguetes foram disparados do território libanês e que alguns foram abatidos.
Fumaça sobe de Kiryat Shmona, onde duas pessoas morreram após um ataque aéreo do Hezbollah — Foto: REUTERS/Ammar Awad
Em comunicado, o Hezbollah também diz que seus combatentes repeliram o avanço das tropas israelenses em confrontos ao longo da fronteira e que disparou várias salvas de foguetes contra soldados em várias localidades.
O Ministério da Saúde libanês afirma que pelo menos quatro pessoas foram mortas em um ataque israelense a um hotel transformado em abrigo para deslocados no sul do Líbano. Outros dez ficaram feridos no ataque que atingiu o prédio em Wardaniyeh, na província de Chouf.
Protesto por reféns israelenses
Segundo o jornal israelense "Haaretz", uma carta assinada por 130 soldados de Israel alerta o governo que eles se recusam a continuar servindo as Forças Armadas a não ser que um acordo seja fechado para garantir a libertação dos reféns que permanecem em poder do Hamas, um ano após o começo da guerra.
"Para alguns de nós, a linha vermelha já foi cruzada", afirmam militares em texto.