Publicada em 31/10/2024 às 15h10
Porto Velho, RO – Em uma postagem compartilhada no Instagram do senador rondoniense Marcos Rogério, presidente do PL estadual, o ex-presidente Jair Bolsonaro fez um apelo ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva para que conceda anistia aos detidos pelo envolvimento nos eventos do 8 de janeiro de 2023, classificados como ataques golpistas. Bolsonaro utilizou palavras de caráter humanitário para sensibilizar o governo atual em favor daqueles que foram presos após os acontecimentos.
No vídeo, Bolsonaro defendeu a anistia mencionando o impacto familiar e social das prisões. Ele argumentou que, em sua visão, muitos dos detidos possuem filhos e dependentes, sendo em alguns casos a única fonte de sustento de suas famílias. "Tem gente inocente, tem gente que tem seis filhos que tá preso, a molequeira da mesma idade. É uma questão humanitária a anistia, a gente tem, assim... Então tá sempre na pauta, a gente conversa e é uma coisa fora de partida, é da questão do coração de cada um", afirmou Bolsonaro.
Ao se dirigir diretamente a Lula, Bolsonaro sugeriu que a medida de anistia não seria uma "paternidade" de seu partido, mas um ato de compaixão. "Nós não queremos paternidade, eu quero que alguém do PT seja o pai da anistia. Eu gostaria que o Lula fosse tomar essa iniciativa imitada. Eu entendo, com todos os defeitos que ele tem, será que ele não tem coração também, não sabe quem tá preso? São pessoas humildes."
Ao final de seu discurso, o ex-presidente reforçou sua perspectiva sobre a prioridade da liberdade dos detidos em relação a outras pautas. "Olha, é menos importante a volta da elegibilidade do que a liberdade das pessoas."
Entenda o 8 de Janeiro
Os eventos de 8 de janeiro de 2023, também conhecidos como "Intentona Bolsonarista", foram caracterizados por uma série de invasões e depredações de edifícios públicos em Brasília. Uma multidão de apoiadores do ex-presidente Bolsonaro marchou até a Praça dos Três Poderes e, por volta das 15 horas, ultrapassou a barreira de segurança e invadiu o Congresso Nacional, o Palácio do Planalto e o Supremo Tribunal Federal. A ação teve como objetivo pressionar por uma intervenção militar que pudesse restituir Bolsonaro ao poder, desafiando o governo recém-eleito de Lula.
Em resposta aos ataques, mais de 400 pessoas foram presas no dia e outras 1.200 detidas no acampamento em frente ao Quartel-General do Exército. O Supremo Tribunal Federal qualificou os atos como terrorismo, e diversas lideranças internacionais condenaram a invasão, descrevendo-a como um atentado grave à democracia brasileira.