Publicada em 12/10/2024 às 10h46
As eleições municipais (prefeito, vice e vereador) em Rondônia não apresentou surpresas, a não ser em Ji-Paraná, segundo maior colégio eleitoral do Estado. Nos demais municípios (Rondônia tem 52) as eleições foram consideradas dentro de um quadro previsível, lógico com algumas variações e, nem mesmo a excelente votação do prefeito-reeleito de Cacoal, Adailton Fúria (PSD), surpreendeu.
Porto Velho é o único município de Rondônia em condições de eleições em segundo turno, porque tem colégio eleitoral acima de 200 mil eleitores. E assim será, pois, os ex-deputados federais Mariana Carvalho (União) e Leo Moraes (Podemos) foram os mais bem votados e disputarão as eleições em segundo turno no próximo dia 27, assim como nos demais municípios brasileiros que não elegeram seus prefeitos no primeiro turno. Ambos já foram vereadores na capital.
A vitória mais expressiva dos municípios de maior densidade eleitoral foi em Ji-Paraná. O deputado estadual Affonso Cândido (PL) foi eleito com 64,27% dos votos válidos contra 34.56 do prefeito Isaú Fonseca (União), que era considerado reeleito. Affonso venceu com tranquilidade (quase 30% a mais) terá que renunciar ao cargo de deputado estadual para assumir a prefeitura em janeiro do próximo ano.
Não há como não destacar a vitória de Adailton Fúria (PSD) em Cacoal. Fúria foi reeleito com 83,16% dos votos válidos e o segundo colocado, o ex-deputado estadual Celso Popó (PL) ficou em segundo com 12,86% e o índio Almir Suruí (PDT) com somente 3,98% dos votos válidos. Foi uma peia, como dizem os gaúchos.
A vitória tranquila do delegado Flori Cordeiro (Podemos) em Vilhena também foi tranquila e merece destaque. Somou 74,43% dos votos válidos e sua adversária Raquel Donadon (PRD), 21,47% de família tradicional na política do Cone Sul. Flori, que tinha sido eleito em eleição suplementar em 2022, devido as cassações do-prefeito Eduardo Japonês e sua vice, Patrícia da Glória, ambos do PV pela prática de corrupção. Flori foi reeleito com largam margem de votos e agora, terá mais 4 anos para consolidar sua liderança no município e galgar degraus mais altos na política nas próximas eleições.
Talvez as eleições mais emocionantes e difíceis do último dia 6 tenha sido em Ariquemes, onde a prefeita Carla Redano (UB) foi reeleita, após uma acirrada disputa com a empresária Marli Mezzomo (PL) ao final da apuração a vitória por 87 votos. Fo uma disputa difícil, mas empolgante desde a abertura da primeira urna, devido ao equilíbrio. Carla somou 48,57% dos votos válidos e Marlei 48,40%. Diferença de 82 votos.
Espera-se que Carla consiga realizar um segundo mandato sem tanta pressão como no atual, quando teve oposição sistemática do ex-vereador Rafael O Fera (Podemos), que foi cassado. Não que as críticas não sejam necessárias, mas não se pode confundir oposição com perseguição. Coerência e caldo de galinha não fazem mal a ninguém, por isso “ser do contra” somente por conveniência não é o melhor caminho na política. Trabalho e coerência são fundamentais.
A vitória de o empresário Alex Testoni (União) em Ouro Preto do Oeste não surpreendeu. Testoni já tinha sido prefeito em dois mandatos seguidos e agora, foi reeleito para o segundo de nova etapa e, mesmo estando prejudicado na campanha, devido a um acidente, quando caiu do telhado de uma escola que estava sendo inspecionada venceu sem dificuldades o adversário, delegado Júlio Cesar (Podemos). Testoni somou 56,44% dos votos válidos e Júlio César 39.39%.
Sem surpresa o vice-prefeito de Jaru, Jeverson Lima (MDB) foi eleito prefeito com 55.75% dos votos válidos e o segundo colocado Patrick Faelbi (PL) 44.25%. Pouco mais de 5 mil votos de diferença.
Fora do eixo da BR 364 as eleições que mais chamam a atenção foram em Rolim de Moura, que já foi predominante na política regional. O município já teve governadores (Valdir Raupp e Ivo Cassol), ambos já foram prefeitos; senadores (Raupp, Cassol e Expedito Júnior), deputados federais (Expedito e Luiz Cláudio) e vários deputados estaduais. Hoje Rolim não tem nenhum representante no Congresso Nacional e nem na Assembleia Legislativa.
O atual prefeito Aldo Júlio (MDB) conseguiu se reeleger com 54,35% dos votos válidos e seu adversário Rafael Godoi somou 32,23%.
Além de Ji-Paraná, as eleições a prefeito nas principais cidades do interior não apresentaram nada fora do previsível. A expectativa no Estado, agora, é sobre como será a disputa pela prefeitura da capital, que envolve muitos interesses políticos visando as eleições gerais (presidente da República, governadores e respectivos vices; duas das três vagas ao Senado de cada Estado e Distrito Federal, além de Câmara Federal e Assembleias Legislativas de 2026.
Temos duas semanas decisivas para Mariana Carvalho e Leo Moraes sensibilizarem o eleitorado a votarem neles. Certeza, somente após a contagem dos votos na tarde/noite do dia 27. Até lá ambos têm Horário Eleitoral Gratuito, corpo-a-corpo, pit-stop e principalmente redes sociais e veículos de comunicação eletrônicos para tentarem sensibilizar os eleitores. Baixarias, denúncias vazias, agressividade são desnecessárias e não levam a lugar algum, somente ao descrédito do eleitorado.
Surpresa em ji Paraná só se foi pra vcs, povo aqui estava convicto daquilo que queria, estava pensando em diferença de 6 mil votos, deu quase 21 mil votos, foi um massacre.