Publicada em 23/10/2024 às 15h54
John Kelly, ex-chefe de gabinete de Donald Trump, fez críticas ao ex-presidente e candidato republicano à Casa Branca nas eleições presidenciais dos Estados Unidos e afirmou que ele se encaixa na definição de fascista em entrevistas.
Ao jornal "The New York Times", Kelly afirmou que Trump, enquanto estava no cargo, sugeriu que o líder nazista Adolf Hitler “fez algumas coisas boas”.
“Ele comentou mais de uma vez: 'Sabe, Hitler também fez algumas coisas boas'", relembrou ele, acrescentando que normalmente anulava a conversa dizendo que “nada que (Hitler) fez, e que você poderia argumentar, foi bom”, mas que Trump ocasionalmente trazia o assunto à tona novamente.
Ainda segundo ele, o ex-presidente frequentemente ficava furioso com qualquer tentativa de restringir seu poder e "adoraria ser” um ditador:
"Ele certamente prefere a abordagem ditatorial ao governo. Eu acho que ele adoraria ser como era nos negócios. Poder dizer às pessoas para fazerem as coisas e elas fariam, sem realmente se incomodar muito se elas eram legais ou não".
Ao "The Atlantic", o ex-chefe de gabinete afirmou que, quando Trump levantou a ideia de precisar de “generais alemães”, ele questionou: "Certamente você não pode querer dizer os generais de Hitler...”, ao que, segundo ele, Trump respondeu: “Sim, sim, os generais de Hitler”.
A campanha de Trump negou essas histórias nesta terça-feira (22). O porta-voz, Steven Cheung, afirmou que Kelly "se iludiu com essas histórias desmascaradas que ele inventou".
Tim Walz, candidato a vice-presidente na chapa de Kamala Harris, usou as entrevistas para atacar Trump na noite desta terça, em Wisconsin.
“Pessoal, as grades de proteção se foram. Trump está se afundando na loucura. Um ex-presidente dos Estados Unidos e candidato à presidência dos Estados Unidos diz que quer generais como Adolf Hitler tinha", criticou.
John Kelly trabalhou com Trump de 2017 a 2019 e já havia criticado o ex-presidente anteriormente, acusando-o de chamar veteranos mortos em combate de “otários” e “perdedores”. Essas novas advertências se somam a uma série crescente de alertas de ex-funcionários de Trump, à medida que a eleição se aproxima.