Publicada em 18/10/2024 às 10h59
O ministro do Interior da Venezuela, Diosdado Cabello, anunciou nesta quinta-feira (17) a prisão de 19 estrangeiros suspeitos de planejar a derrubada do ditador Nicolás Maduro após as eleições presidenciais, que a oposição e a parte da comunidade internacional acusam de fraude.
Cabello afirmou que os detidos formariam "um grupo de mercenários" a serviço da agência de inteligência da Espanha, a CNI (Centro Nacional de Inteligência). Esta, por sua vez, estaria agindo em conluio com a sua contraparte americana, a CIA, e com o DEA, órgão antidrogas dos Estados Unidos, acrescentou.
"O plano era a derrubada da revolução bolivariana", afirmou o ministro, referindo-se à contestada reeleição de Maduro em julho.
Segundo Cabello, o plano de ação do CNI consistia em levar mercenários para a Venezuela para que, uma vez no país, eles estabelecessem contato com organizações criminosas e as instruíssem a atacar pontos estratégicos do território.
O ministro creditou à ação desses supostos agentes um apagão ocorrido nesta quarta-feira (16) que afetou 25% do país. Ainda afirmou que o CNI também estava levando armas para a Venezuela.
Dos 19 estrangeiros presos, sete tinham tido suas detenções anunciadas em 14 e 15 de setembro, sendo que quatro são cidadãos dos EUA, dois da Espanha, e um da República Tcheca.
Os espanhóis eram José María Basoa, 35, e Andrés Martínez Adasme, 32. As famílias deles denunciaram o os desaparecimentos nas redes sociais no início de setembro.
Morador de Bilbao, o pai de Adasme afirmou ao portal espanhol El Mundo que ele e o amigo tinham viajado para a Venezuela a passeio. Ele negou que o filho tenha vínculos com a CNI.