Publicada em 14/11/2024 às 10h27
Porto Velho, RO — Em meio à repercussão das explosões ocorridas na noite de quarta-feira (13) na Praça dos Três Poderes, em Brasília, o deputado federal Coronel Chrisóstomo (PL-RO) usou suas redes sociais para criticar o que classificou como uma tentativa da imprensa de vincular o responsável pelo incidente ao ex-presidente Jair Bolsonaro. A manifestação ocorre em um contexto de tensões políticas que ganharam novas proporções após o ataque.
De acordo com as autoridades, as explosões, que deixaram um homem morto, ocorreram nas proximidades do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Anexo IV da Câmara dos Deputados, mobilizando equipes de segurança e forçando o fechamento parcial da Esplanada dos Ministérios. O homem envolvido foi identificado como Francisco Wanderley Luiz, ex-candidato a vereador pelo Partido Liberal (PL) nas eleições de 2020 em Rio do Sul, Santa Catarina.
Nas postagens publicadas no X (antigo Twitter), Coronel Chrisóstomo afirmou que a imprensa estaria tentando "linkar o homem que morreu com a própria bomba a Bolsonaro", enfatizando que, segundo relatos, o autor das explosões apresentava "desequilíbrio mental". O deputado reforçou que Francisco Wanderley Luiz concorreu às eleições de 2020 pelo PL antes de Bolsonaro se filiar ao partido, o que, segundo ele, refutaria qualquer associação direta entre o incidente e o ex-presidente.
Em um segundo tweet, o parlamentar rondoniense repudiou o que chamou de "imprensa suja, podre e manipuladora", acusando veículos de comunicação de prestarem um "desserviço" ao público. Coronel Chrisóstomo também expressou repúdio ao ataque ao STF, classificando-o como um "atentado irresponsável".
O que se sabe sobre o incidente
O ataque em Brasília começou por volta das 19h30, quando uma primeira explosão foi registrada em um carro estacionado entre o STF e o Anexo IV da Câmara dos Deputados. O veículo, identificado com placas de Rio do Sul (SC), estava carregado com fogos de artifício e tijolos. Francisco Wanderley Luiz, o proprietário do automóvel, era conhecido nas redes sociais pelo pseudônimo “Tiu França” e frequentemente publicava críticas a políticos de esquerda.
Testemunhas relataram que Francisco tentou entrar no prédio do STF antes de detonar um explosivo que estava preso ao seu corpo, resultando na própria morte. O Corpo de Bombeiros e o esquadrão antibombas foram acionados para assegurar que não havia outros dispositivos explosivos na área.
Reações de autoridades e medidas de segurança
Em resposta ao ataque, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reuniu com os ministros Alexandre de Moraes e Cristiano Zanin, além do diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, para discutir a situação. Um inquérito foi aberto pela Polícia Federal sob a supervisão do ministro Alexandre de Moraes, visando esclarecer os motivos do ataque e investigar possíveis cúmplices.
Enquanto isso, atividades legislativas foram temporariamente interrompidas. A sessão plenária da Câmara dos Deputados foi pausada após a confirmação da morte, enquanto o Senado continuou suas deliberações até as 21h.
Testemunhas relatam momentos de tensão
Layana Costa, servidora do Tribunal de Contas da União, relatou ter visto o homem lançar um objeto próximo à estátua da Justiça momentos antes da explosão. Já Carlos Monteiro, dono de um food truck, afirmou ter presenciado Francisco retirando itens do porta-malas de seu carro antes de seguir em direção ao STF.