Publicada em 22/11/2024 às 09h50
Porto Velho, RO – O indiciamento do ex-presidente Jair Bolsonaro pela Polícia Federal gerou manifestações de congressistas bolsonaristas de Rondônia. Entre os parlamentares que se posicionaram publicamente estão o senador Marcos Rogério (PL), o deputado federal Coronel Chrisóstomo (PL) e o senador Jaime Bagattoli (PL).
Marcos Rogério critica o que chamou de "justiça seletiva"
O senador Marcos Rogério utilizou suas redes sociais para criticar o indiciamento. Em sua declaração, ele afirmou que a medida se baseia em "suposições genéricas" e que o caso reflete uma "política do espetáculo". Marcos Rogério ressaltou que o indiciamento deveria ocorrer apenas com a presença concreta de indícios de prática criminosa.
Na postagem, o senador argumentou que o inquérito conduzido pela Polícia Federal estaria sendo usado para fins políticos e que as acusações não teriam suporte em provas consistentes. Ele afirmou:
"O que vimos hoje é mais um capítulo da política do espetáculo: indiciamentos sem provas concretas, baseados em suposições genéricas que mais servem para alimentar narrativas do que para fazer justiça. Enquanto isso, o Brasil real segue enfrentando crises, sem respostas ou soluções. Justiça seletiva não fortalece a democracia."
Junto ao texto, o senador compartilhou uma imagem com críticas ao indiciamento, destacando que a prática alimenta o "jogo político" e desvia o foco dos problemas enfrentados pelo Brasil.
Coronel Chrisóstomo aponta falta de provas
O deputado federal Coronel Chrisóstomo também se manifestou nas redes sociais, classificando o caso como "inacreditável". Segundo ele, o indiciamento estaria embasado em "suposições" e "pontas soltas".
"Inacreditável o que estamos presenciando no Brasil, apontando suposições, sem indícios de práticas criminosas. Suposições e pontas soltas...", afirmou em postagem.
O deputado federal não elaborou sobre as acusações, mas deixou claro seu descontentamento com o andamento do caso.
Jaime Bagattoli reproduz nota oficial do Partido Liberal
Já o senador Jaime Bagattoli optou por compartilhar a nota oficial do Partido Liberal (PL) por meio de seus stories no Instagram. O comunicado, assinado pelo senador Rogério Marinho, atual líder da oposição no Senado, classificou o indiciamento como parte de uma "incessante perseguição política".
A nota enfatiza a expectativa de que a Procuradoria-Geral da República (PGR) atue de forma "independente e imparcial", examinando provas concretas e afastando "meras ilações". Ainda, reafirma o compromisso do PL com o Estado de Direito e o fortalecimento da democracia.
O texto termina com um apelo para que a verdade seja restabelecida e para que narrativas políticas sem fundamento fático sejam encerradas.
Por que Bolsonaro foi indiciado?
O ex-presidente Jair Bolsonaro foi indiciado pela Polícia Federal sob suspeita de tentativa de golpe de Estado para se manter no poder após as eleições de 2022. O relatório final da investigação aponta indícios de crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa. Segundo a PF, os indiciados participaram de uma estrutura organizada em núcleos com divisão de tarefas para executar o plano golpista, incluindo ações de desinformação, mobilização de militares, planejamento jurídico e operacional.
A investigação revelou que esses núcleos atuaram de forma articulada, utilizando estratégias como quebra de sigilos, busca e apreensão, e colaborações premiadas. A PF também relaciona o caso aos eventos violentos de 8 de janeiro de 2023, quando apoiadores de Bolsonaro invadiram e vandalizaram as sedes dos Três Poderes em Brasília. O relatório foi encaminhado ao STF, que avaliará o material e, posteriormente, o enviará à Procuradoria-Geral da República para decidir se haverá denúncia formal contra os indiciados.