Publicada em 02/11/2024 às 10h19
Engana-se quem acredita que o processo eleitoral deste ano, quando foram realizadas as eleições municipais (prefeito, vice e vereador), foi encerrado com a realização de o segundo turno no domingo (27) para definir os prefeitos em mais de 50 municípios, inclusive em Rondônia, com a eleição de Leo Moraes (Podemos) a prefeito de Porto Velho.
A busca de votos junto ao eleitorado terminou, mas o processo eleitoral continua, porque em 2026 teremos as eleições gerais (presidente da República, governadores e respectivos vices, duas das três vagas de cada Estado e Distrito Federal ao Senado, Câmara Federal e Assembleias Legislativas).
A cúpula política de Rondônia já está trabalhando nomes que deverão estar em evidência daqui a menos de dois anos, quando serão realizadas as convenções partidárias.
Rondônia é um Estado jovem com pouco mais de 40 anos de emancipação político-administrativa.
Tem sua força econômico-financeira na agricultura, grãos (soja milho, café) e pecuária (corte e leite). Hoje, Rondônia é uma das poucas fronteiras econômicas em fase de expansão do País.
Deixando de lado as eleições presidenciais em 2026, o que realmente interessa ao eleitor de Rondônia são as relacionadas ao Governo do Estado, Senado e Câmara Federal. Assembleia Legislativa também, mas é assunto para análise exclusiva..
Vários nomes estão sendo ventilados nos bastidores da política e, após as eleições municipais, lideranças da capital e do interior se consolidaram e, como diz o mestre e colega jornalista Carlos Sperança Neto, “criaram asas” para as futuras eleições, no caso as de 2026.
O governador Marcos Rocha (União) se prepara para disputar uma das duas vagas ao Senado, hoje ocupadas por Confúcio Moura (MDB), e Marcos Rogério, que preside o PL no Estado. Comenta-se nos bastidores, que Confúcio não estará disputando cargos em públicos e estaria “pendurando as chuteiras” da política. Como é difícil político dizer um sim que perdure ou um não que permaneça...
Marcos Rogério disputou o Governo do Estado em 2022, chegou ao segundo turno com Marcos Rocha, que concorria à reeleição. Rogério era apontado como favorito, mas o excesso de confiança, a soberba, a falta de humildade para formatar parcerias acabou garantido mais um mandato para Rocha. Merecidamente.
O vice-governador Sérgio Gonçalves (União) assumirá com o provável afastamento de Rocha em 2026 para se candidatar ao Senado e, com certeza, estará concorrendo à reeleição. Não deverá deixar passar a oportunidade. Quem acompanhou as convenções em 2022, que colocou Sérgio como vice sabe quem é o grande articulador do grupo (leia-se Júnior Gonçalves, presidente regional do União).
A ata aprovada na convenção saiu sem nome para vice, mas quando chegou ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE) já tinha o de Sérgio Gonçalves.
Após o segundo turno de as eleições deste ano, as de 2026 estão em evidência. Quem participa da política partidária sabe que as negociações não param, mesmo em ano não eleitoral, porque não há como desvincular.
A lista de pretendentes as duas vagas ao Senado, é enorme. No topo dela o governador Marcos Rocha (União) e o senador Marcos Rogério (PL).
Rocha estaria formatando caminhada rumo ao Senado. Rogério, que preside o PL no Estado, concorreu ao Governo do Estado com Rocha em 2022 e perdeu no segundo turno. Ele estaria entre a tentativa de novamente à sucessão estadual, como em 2022, ou a busca de mais um mandato (terceiro) ao Senado.
As duas vagas ao Senado teriam outros nomes considerados expressivos como Hildon Chaves (PSDB), que estará deixando a Prefeitura de Porto Velho no final do ano, após dois mandatos seguidos. Até as eleições de domingo (27), Hildon estaria formatando uma candidatura a governador em 2026, mas com a derrota de Mariana Carvalho (União), sua afilhada política para a sua sucessão, a meta, hoje, seria uma das duas vagas ao Senado.
Encerrando expectativas para o Senado, temos nomes considerados de significativo “peso político” como o ex-senador Acir Gurgacz (PDT), que deverá estar liberado eleitoralmente para concorrer e a deputada federal Sílvia Cristina, hoje no PP, nome significativo para uma das duas vagas em 2026. Ela deixou o União para se filiar ao PP, presidido no Estado pelo ex (prefeito, governador, senador) Ivo Cassol, que está inelegível para os próximos oito anos e fora da disputa de 2026. Resta saber quem o PP terá para disputar o governo. Cassol está descartado.
Correndo por fora tem o deputado estadual, o delegado Rodrigo Camargo (Republicanos), que poderá entrar na disputa. É o que se comenta nos bastidores da política.
Fechando o balanço sobre as eleições de 2026 temos vários nomes em condições de disputar a Câmara Federal. Dentre eles duas mulheres de políticos com mandatos. Uma delas já com mandato de deputada estadual.
No caso de Hildon Chaves disputar o Senado, provavelmente a deputada estadual Yeda Chaves (União-PVH), sua esposa concorrerá à Câmara Federal, porque sendo eles eleitos, ambos estariam residindo em Brasília. Ela foi a segunda mais bem votada em 2022 para a Ale-RO com 24.667 votos, e tem enorme penetração política nos bairros e nos distritos de Porto Velho.
Nas eleições municipais de 2016 Hildon surgiu como candidato sem nunca ter participado do processo político-eleitoral. Nos últimos 15 dias estava com menos de dois dígitos nas pesquisas, mas depois teve uma ascensão meteórica e acabou chegando ao segundo turno na frente de Leo Moraes (prefeito-eleito de Porto Velho), na época deputado estadual pelo PTB. Hildon se elegeu prefeito.
As pessoas mais próximas de o casal Hildon e Yeda comentam, que na época, ele concorreu a prefeito para colocar seu nome na mídia preparando uma candidatura a deputado federal nas eleições de 2018. Se elegeu, reelegeu e, em 2026 terá condições de executar o seu projeto de Brasília, mas como senador e Yeda deputada federal.
A Primeira Dama do Estado, secretária de Estado de Ação Social, Luana Rocha há tempo prepara uma candidatura à Câmara Federal. Já concorreu em eleições passadas (2018, 5.605 votos), não se elegeu, mas é nome expressivo para 2026.
Como o marido, o governador Rocha tem intenções de disputar uma das duas vagas ao Senado, caso ambos se elejam estarão juntos em Brasília. O mesmo caso de Hildon e Yeda.
A Opinião é baseada no dia-a-dia da política regional. O resultado? Resta combinar com os adversários, porque eleger dois senadores do mesmo segmento (Rocha e Hildon estão juntos desde as eleições de 2022 com a reeleição do governador que teve apoio irrestrito do prefeito de Porto Velho) é uma missão hercúlea.
Finalizando a perspectiva sobre as eleições de 2026, temos mais dois nomes que devem ser levados em consideração em se tratando de lideranças políticas regionais. Jesualdo Pires (PSB), de Ji-Paraná, ex-deputado estadual, ex-prefeito e candidato ao Senado em 2018 quando somou mais de 195 mil votos é um nome em condições de disputar o Governo do Estado (governador ou vice), e ao Senado. Em outra hipótese a deputado federal com amplas condições de sucesso.
Mais um nome em alta na política interiorana é do prefeito-reeleito de Cacoal, Adailton Fúria. Conseguiu um novo mandato com 83,16/% dos votos válidos e tem plenas condições de concorrer a governador, vice, deputado federal ou Senado. Já teria se manifestado com pré-candidato a governador.