Publicada em 23/11/2024 às 10h19
A partir de 1º de janeiro, serão empossados nos 52 municípios de Rondônia os novos prefeitos eleitos em outubro último. Em muitos casos, os reeleitos assumirão um novo mandato, como Adailton Fúria (PSD), de Cacoal, e Flori Cordeiro (Podemos), de Vilhena, ambos com votações expressivas. Destaque também para Jurandir de Oliveira (União), que obteve 88,61% dos votos válidos, sendo o mais bem votado do Estado.
Porto Velho, capital de Rondônia e maior colégio eleitoral do Estado, com mais de 362 mil eleitores aptos este ano, e Ji-Paraná, o segundo maior colégio eleitoral, com quase 97 mil eleitores, terão novos prefeitos. Os eleitores escolheram jovens políticos para comandar os municípios a partir do próximo ano. Eles terão uma enorme responsabilidade, pois os atuais prefeitos deixam um legado de bons serviços prestados.
O maior desafio da maioria dos municípios de Rondônia está relacionado ao saneamento básico, um problema enfrentado não só pelo Estado, mas pela maioria dos municípios brasileiros, especialmente nas regiões Norte e Nordeste. Infelizmente, essa questão não será resolvida rapidamente, devido à complexidade de conscientizar políticos, autoridades e a população sobre sua importância para a saúde pública.
Em Porto Velho, o prefeito Hildon Chaves (PSDB) se destacou por ações significativas em pavimentação urbana, melhorias nos distritos municipais (12 no total), manutenção de mais de 7 mil quilômetros de estradas vicinais transitáveis durante todo o ano e avanços na educação. Ele também demonstrou uma aplicação correta dos recursos públicos, encerrando seu segundo mandato sem envolvimento em casos de corrupção, um problema frequente em administrações públicas.
Hildon apoiou a ex-deputada federal e ex-vereadora Mariana Carvalho (União), que venceu com facilidade no primeiro turno, mas foi derrotada no segundo turno pelo jovem Léo Moraes (Podemos). A vitória de Léo foi expressiva, resultado de uma campanha muito bem articulada, especialmente considerando que Mariana era vista como favorita.
Em Ji-Paraná, o prefeito Isaú Fonseca (União) realizou um trabalho notável em pavimentação e recuperação de vias, além de melhorias na saúde e educação. Apesar disso, enfrentou denúncias de irregularidades e foi afastado do cargo duas vezes, retornando em ambas por decisão judicial. Nas eleições, Isaú tentou a reeleição, mas perdeu para o deputado estadual Affonso Cândido (PL), que obteve 43.371 votos (64,27% dos válidos), contra 23.321 (34,56%) de Isaú, uma diferença de mais de 20 mil votos.
Porto Velho e Ji-Paraná terão dois jovens prefeitos no comando a partir do próximo ano. Ambos terão o desafio de, no mínimo, manter o desenvolvimento promovido por Hildon e Isaú, com destaque para os projetos de pavimentação. Léo Moraes e Affonso, apesar da juventude, possuem experiência e estão cientes da responsabilidade dos próximos quatro anos.
As cobranças serão constantes, especialmente no primeiro ano, já que os orçamentos foram elaborados pelas gestões anteriores. Léo, por exemplo, ainda não tem experiência administrativa no Executivo. Ele sempre ocupou cargos legislativos (vereador, deputado estadual e federal). No entanto, sua passagem pelo comando do Detran-RO foi positiva, o que pode ser um indicador de sua capacidade.
Já Affonso tem uma trajetória política semelhante à de Léo Moraes. Durante sua presidência na Câmara Municipal, assumiu a prefeitura de Ji-Paraná por 96 dias em 2020, após a prisão do então prefeito Marcito Pinto (PDT). Apesar das circunstâncias adversas, ele deixou uma impressão positiva, o que deve ajudar em sua nova gestão.
Os novos prefeitos ainda não divulgaram suas equipes, mas as expectativas são altas. As comissões de transição estão em andamento e devem concluir o processo antes da diplomação pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE), marcada para 19 de dezembro.
Montar equipes integradas por técnicos e políticos será crucial para Léo e Affonso, pois minimizará os erros e promoverá um equilíbrio saudável na administração pública.
Rondônia, com pouco mais de 40 anos de emancipação político-administrativa, continua crescendo. A produção de soja, milho, café e o robusto rebanho bovino, o sexto maior do país, reforçam sua economia. Porto Velho e Ji-Paraná são pilares econômicos e sociais do Estado, e grande parte do futuro de Rondônia dependerá da gestão desses municípios.