Publicada em 19/11/2024 às 15h55
Promotores de Nova York, nos Estados Unidos, concordaram em adiar temporariamente a sentença de Donald Trump em uma condenação que envolve fraude contábil e uma atriz pornô. As informações foram divulgadas nesta terça-feira (19) pela imprensa local.
Em maio deste ano, Trump foi declarado culpado em todas as 34 acusações por fraude ao ocultar um pagamento de US$ 130 mil para comprar o silêncio da atriz pornô Stormy Daniels.
Segundo as investigações, o republicano queria evitar um impacto negativo na campanha presidencial de 2016, quando foi eleito presidente pela primeira vez.
Mesmo seis meses após a condenação, a Justiça ainda não divulgou a sentença contra o republicano. A expectativa era que Trump fosse sentenciado no próximo dia 26, mas o juiz Juan Merchan suspendeu todos os procedimentos do caso na semana passada.
Em novembro deste ano, Trump foi novamente eleito. Com isso, ele deve se tornar o primeiro presidente a assumir o cargo com uma condenação criminal.
Diante da vitória de Trump, os promotores rejeitaram um pedido dele para que a condenação fosse anulada. Por outro lado, de acordo com a imprensa norte-americana, a promotoria de Nova York reconheceu que dificilmente o republicano será sentenciado enquanto estiver na Presidência.
Em outras palavras, os promotores defenderam que a condenação seja mantida, mas indicaram que uma sentença contra o presidente eleito só sairá a partir de 2029 — após o fim do mandato.
Pela legislação atual, Trump não poderá concorrer à reeleição em 2028. Isso porque a Constituição dos Estados Unidos só permite que uma pessoa exerça dois mandatos como presidente.
Agora, caberá ao juiz Juan Merchan decidir se anula o veredito do júri e ordena um novo julgamento — ou até mesmo se descarta as acusações contra Trump.
Os promotores pediram para que o juiz estabeleça um cronograma para resolver a questão.
LEIA TAMBÉM
Com medo da Rússia, Suécia faz vídeo para instruir população em caso de guerra; ASSISTA
Ucrânia faz primeiro ataque à Rússia com mísseis dos EUA
Putin assina decreto que flexibiliza uso de armas nucleares; veja o que muda
Donald Trump enfrentou Joe Biden em debate presidencial, em 27 de junho de 2024 — Foto: REUTERS/Brian Snyder
A condenação
A decisão do júri, anunciada num tribunal de Nova York em maio, foi unânime. Trump foi declarado culpado em todas as 34 acusações pelos 12 integrantes do colegiado.
O caso gira em torno de como Trump contabilizou o reembolso feito ao seu advogado pessoal pelo pagamento a Stormy Daniels.
O advogado, Michael Cohen, adiantou o dinheiro à atriz com recursos próprios e recuperou o valor mais tarde, por meio de uma série de pagamentos que a empresa de Trump registrou como despesas legais. Trump, que já estava na Casa Branca, assinou a maioria dos cheques pessoalmente.
Os promotores afirmaram que tudo foi feito para ocultar o verdadeiro propósito dos pagamentos. O objetivo seria evitar que eleitores soubessem que o republicano tinha se envolvido com uma atriz pornô, o que poderia prejudicar Trump nas eleições de 2016.
O presidente eleito disse que o advogado dele foi pago legalmente pelos serviços prestados. Ele justificou ainda que a história de Stormy Daniels foi abafada para evitar constranger sua família, e não para influenciar o eleitorado.
Pouco mais de um mês após o veredito, a Suprema Corte decidiu que ex-presidentes não podem ser processados por ações realizadas no curso de sua administração, e que os promotores não podem usar essas ações como base para um caso centrado em conduta puramente pessoal.