Publicada em 26/11/2024 às 14h42
Porto Velho, RO – De acordo com a Agência Senado, o senador Plínio Valério (PSDB-AM) afirmou no Plenário do Senado, que organizações internacionais, como o Greenpeace, estariam prejudicando o desenvolvimento econômico da região amazônica ao utilizarem informações consideradas falsas para influenciar decisões ambientais no Brasil. Ele direcionou críticas à atuação do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), que negou licença ambiental para a exploração de petróleo na foz do Rio Amazonas com base em estudos que indicariam a presença de uma barreira de corais na área.
Plínio classificou as imagens divulgadas pelo Greenpeace sobre os corais como “falsas” e afirmou que elas servem para sustentar discursos contrários à exploração de recursos naturais. Segundo o parlamentar, tais ações dificultam o progresso de estados da região Norte, incluindo Rondônia, onde parte da população depende diretamente de atividades como mineração e exploração de petróleo para sua subsistência.
— As imagens do Greenpeace são sabidamente falsas e utilizadas pelos "santuaristas". O Amazonas, que é o estado mais rico da Federação, tem hoje 65% de sua população vivendo abaixo da linha da pobreza, ou seja, não têm R$ 11 para se sustentar por dia. E esses panacas vêm aqui nos ditar normas, nos impedindo de explorar petróleo, ouro, minério, potássio, seja lá o que for. Eles nos impedem, na verdade, de comer, de nos alimentar, de criar, de viver e de subsistirem nossos irmãos do Acre, do Amazonas, do Amapá, de Rondônia, de Roraima. E está lá o Greenpeace, com o seu coral ambulante, levando para cima e para baixo, para dizer onde pode — declarou.
O congressista não apresentou provas das alegações.
O senador também questionou a legitimidade de projetos internacionais que, segundo ele, reforçam percepções negativas sobre a capacidade do Brasil de administrar a Amazônia. Ele citou, como exemplo, um projeto de pesquisa a ser conduzido pela ex-ministra da Justiça da França, Christiane Taubira, em parceria com a Universidade de São Paulo (USP).
Plínio afirmou que a iniciativa promove uma visão colonialista sobre a gestão dos recursos naturais brasileiros, o que, em sua opinião, reforça um complexo de inferioridade em relação a países europeus.
— Ela vai dizer que o Norte está abandonado, que nós não temos condições de tomar conta da Amazônia e que nós somos pobres coitados. Nelson Rodrigues chamava de complexo de vira-lata, e eu chamo de complexo do colonizado. O brasileiro tem isto: tudo o que é do outro é melhor. Se for da Europa e dos Estados Unidos, aí é bom para nós. Mas a culpada disso não é a ministra, pois está no papel dela de colonizadora, de imperialista; o culpado disso são os maus brasileiros, que aceitam e que acatam — argumentou.
O parlamentar defendeu maior autonomia do Brasil na gestão de seus recursos naturais e afirmou que a exploração sustentável é essencial para a melhoria das condições de vida das populações amazônicas. Ele reiterou que a influência estrangeira em questões ambientais prejudica os estados da região Norte, incluindo Rondônia, que enfrentam desafios socioeconômicos significativos.