Publicada em 04/12/2024 às 11h39
Porto Velho, RO – A semana do deputado federal Coronel Chrisóstomo (PL-RO) foi marcada por uma sequência de polêmicas que evidenciaram sua postura incendiária, mas sem resultados práticos para Rondônia ou para o país. Em poucos dias, o parlamentar protagonizou episódios que transitam entre o populismo ideológico e a desinformação, culminando em críticas até de sua base de apoiadores.
Nas redes sociais, Chrisóstomo repercutiu um discurso da congressista norte-americana María Elvira Salazar, que criticou o presidente Lula (PT) e o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.
A fala, carregada de ameaças veladas, foi replicada pelo deputado como um aviso ao “Barbudinho” e aos “inimigos da liberdade de expressão”. No entanto, sua tentativa de internacionalizar um discurso opositor soou deslocada e foi recebida com ceticismo, mesmo entre setores da direita.
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Em outro momento, o parlamentar tentou "lacrar" ao acusar o governo federal de enfraquecer as Forças Armadas, mas sua audiência no Instagram, majoritariamente crítica aos militares, desferiu uma enxurrada de comentários sarcásticos.
Frases como “Bem feito para os melancias!” e “Quem mandou trair o povo?” evidenciaram o descompasso entre a retórica de Chrisóstomo e a percepção de sua base, que já não enxerga os militares como aliados confiáveis.
A guinada mais controversa veio no plenário da Câmara, quando o deputado ressuscitou uma fake news amplamente desmentida sobre a ex-presidente Dilma Rousseff (PT).
Ignorando investigações históricas que inocentam Dilma de acusações relacionadas ao assassinato do soldado Mário Kozel Filho, Chrisóstomo reafirmou a narrativa falsa, reacendendo divisões ideológicas em um momento em que Jair Bolsonaro, seu maior aliado político, busca anistia e pacificação.
O contraste entre a tentativa de reconciliação liderada por Bolsonaro e o tom beligerante de Chrisóstomo expõe fissuras no campo político da direita.
Enquanto o ex-presidente implora ao STF e ao governo por “zerar o jogo”, figuras como o parlamentar rondoniense insistem em batalhas ideológicas que já não mobilizam o mesmo fervor de outrora.
A postura de Coronel Chrisóstomo reflete o que há de mais raso na política ideológica: muito barulho e pouco resultado. Para Rondônia, sua atuação não oferece avanços concretos e, em alguns casos, ainda provoca reprimendas até de quem deveria apoiá-lo.
Em um cenário político que clama por pragmatismo e soluções, as batalhas inócuas do deputado apenas reafirmam seu isolamento e irrelevância enquanto representante público.