Publicada em 04/12/2024 às 15h57
Depois de ter decretado lei marcial na terça-feira (3) e recuar horas depois, o presidente da Coreia do Sul, Yoon Suk Yeol, pode enfrentar uma forte reação da oposição, incluindo a ameaça de um impeachment.
O principal partido de oposição, o Partido Democrático, pediu que Yoon, que está no cargo desde 2022, renunciasse ou fosse afastado do cargo.
"Mesmo que a lei marcial seja suspensa, ele não pode evitar as acusações de traição. Foi claramente revelado para toda a nação que o presidente Yoon não poderia mais administrar o país normalmente. Ele deve renunciar", disse Park Chan-dae, membro sênior do partido na Assembleia Nacional, em um comunicado.
Yoon declarou a lei marcial para impedir a ação de "forças antiestatais" que estariam atuando em suposto conluio com a oposição. Mas os parlamentares rejeitaram o decreto, na maior crise política da Coreia do Sul em décadas.
A lei marcial restringe o acesso a direitos civis e substitui a legislação normal por leis militares, como limitações e controle da imprensa, da Assembleia Nacional e das forças policiais. Todas as atividades políticas, incluindo manifestações, ficam proibidas.
O decreto que instituía a lei marcial, que Yoon disse ter como alvo seus adversários políticos, foi rejeitada por 190 membros da Assembleia Nacional. De acordo com a legislação sul-coreana, o presidente precisa suspender imediatamente a lei marcial se o Parlamento exigir isso por maioria de votos. O próprio partido de Yoon pediu que ele revogasse o decreto.
Ao saberem do recuo do presidente, manifestantes reunidos do lado de fora do Parlamento gritaram e bateram palmas. "Nós vencemos!", entoavam.