Publicada em 11/12/2024 às 16h06
Porto Velho, RO – O deputado federal Coronel Chrisóstomo (PL-RO) utilizou as redes sociais para criticar o discurso do ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, sobre a regulação do uso progressivo da força policial. Em publicação no Instagram, Chrisóstomo afirmou que o ministro "quer propor arma não letal aos nossos policiais que vivem diariamente em guerra contra criminosos que usam, inclusive, armas que derrubam helicópteros".
O posicionamento do parlamentar contrasta com a fala oficial do ministro, que ocorreu durante a abertura de uma reunião do Conselho Nacional de Segurança Pública e Defesa Social, no Palácio da Justiça, em Brasília. Lewandowski destacou que a pasta estuda um ato normativo para instruir as corporações policiais sobre o “uso progressivo da força” como uma medida para enfrentar episódios de violência policial registrados no país.
Apesar disso, Chrisóstomo interpretou a fala como uma tentativa de desarmar as forças de segurança. Em tom de ironia, o deputado sugeriu que ministros e autoridades que apoiam a ideia adotem seguranças armados apenas com armas não letais. "Assim, eles darão exemplo de como será sua segurança aqui no Brasil, que detém um dos maiores índices de letalidade do mundo", escreveu.
A divergência entre a fala do ministro e a interpretação do deputado chamou a atenção para o debate sobre a violência policial no Brasil, especialmente após episódios recentes de repercussão nacional. Entre os casos citados, estão o de um homem jogado de uma ponte em São Paulo e o de um mototaxista morto em Pernambuco após discussão com um policial militar.
Lewandowski, no entanto, reforçou a confiança nas corporações policiais e afirmou que os casos de violência são episódios isolados. "Temos grande confiança nas corporações policiais, sejam elas militares ou civis, mas não podemos compactuar com esses casos", declarou o ministro, assegurando que o diálogo com as instituições será essencial para a formulação do ato normativo.