Publicada em 27/12/2024 às 09h33
O parlamento da Coreia do Sul aprovou nesta sexta-feira (27) o impeachment do presidente interino, Han Duck Soo, que também é o primeiro-ministro do país. Ele substituia o presidente eleito Yoon Suk Yeol, destituído do cargo em 14 de dezembro.
O legislativo sul-coreano, dominado pelo Partido Democrático, que faz oposição ao presidente interino, contou com 192 votos a favor do impeachment. Ao todo, são 300 legisladores na casa e, segundo o parlamentar Woo Won-shik, era necessária apenas uma maioria simples para confirmar a destituição de Han Duck Soo.
O primeiro-ministro Duck Soo foi impedido de continuar como presidente interino porque se recusou a nomear três juízes para preencher vagas ociosas no Tribunal Constitucional, necessárias para julgar o impeachment de Yoon Suk Yeol. Duck Soo afirmava que isso excederia seu papel temporário -- no entanto, juízes da corte já foram nomeados por um presidente interino antes, em 2016, no processo de impeachment do então presidente Park Geun-hye.
Esta foi a primeira vez na história da Coreia do Sul em que um presidente interino é afastado do cargo. Com o impedimento de Duck Soo, o ministro de Finanças, Choi Sang-mok, assumiu interinamente o cargo de presidente, tal como prevê a Constituição sul-coreana.
"É importante minimizar a confusão do país e farei meu melhor para chegar a esse objetivo", afirmou Sang-mok.
O impeachment de Duck Soo também será apurado pelo Tribunal Constitucional sul-coreano, assim como está ocorrendo com o presidente Yoon Suk Yeol. A primeira audiência para apurar o impeachment de Yoon ocorreu nesta sexta-feira, e a corte tem um período de 6 meses para decidir se acata a decisão do Parlamento do país.
Além de não querer nomear juízes do Tribunal Constitucional, Duck Soo também é acusado pelo Partido Democrático de ter participação na imposição de lei marcial por Yoon, recusar-se a promulgar dois projetos de lei especiais voltados contra o presidente destituído e a primeira-dama, Kim Keon Hee.
O novo presidente interino, Choi Sang-mok, também afirmou nesta sexta que pedirá ao Exército para ficar em alerta máximo por conta de haver a possibilidade de uma provocação da Coreia do Norte, país vizinho e tratado como inimigo pela Coreia do Sul.
Mais cedo, Sang-mok chegou a pedir que o plano para o impeachment fosse retirado da pauta de votação, com receio de sério dano à economia do país, porém não teve seu pedido atendido.