Publicada em 21/12/2024 às 09h40
Porto Velho, RO – Os resultados das eleições municipais de 2024 em Rondônia apontaram para a consolidação de três lideranças políticas capazes de moldar o cenário das eleições gerais de 2026. Júnior Gonçalves (União Brasil), Marcos Rogério (PL) e Expedito Júnior (PSD) estão no centro das articulações que poderão definir os rumos do estado. Seus partidos, União Brasil, PL e PSD, respectivamente, destacaram-se no pleito municipal, cada um consolidando posições estratégicas.
Sob a liderança de Júnior Gonçalves, o União Brasil alcançou 17 prefeituras, o maior número entre as siglas no estado. Nomes como Gil Damo (Alta Floresta d’Oeste), Carla Redano (Ariquemes) e Alex Testoni (Ouro Preto d’Oeste) evidenciam o alcance da legenda em municípios de destaque. A atuação de Júnior Gonçalves não se limita à condução do partido; como secretário-chefe da Casa Civil, ele desempenha um papel central nas relações entre os Poderes, uma posição que fortaleceu desde o início do governo Coronel Marcos Rocha.
Júnior Gonçalves também foi determinante para o crescimento da legenda na Assembleia Legislativa, onde cinco deputados estaduais representam o União Brasil, incluindo nomes como Ieda Chaves e Cirone Deiró, eleitos com mais de 20 mil votos cada. Na Câmara Federal, o partido tem quatro parlamentares, destacando-se Dr. Fernando Máximo com 85.604 votos. Esse desempenho sólido será um ativo valioso para a candidatura de Sérgio Gonçalves, vice-governador e irmão de Júnior, à sucessão de Marcos Rocha em 2026.
O Partido Liberal, liderado em Rondônia por Marcos Rogério, conquistou 12 prefeituras em 2024, entre elas Ji-Paraná, com Affonso Cândido, e Buritis, com Valtair Fritz. A força do PL no interior foi evidente, especialmente em municípios como Espigão d’Oeste e Rio Crespo, onde o conservadorismo e o apoio ao bolsonarismo mantiveram a sigla competitiva.
Diferente de Júnior Gonçalves, Marcos Rogério opera com foco nos próprios interesses, o que ficou evidente ao tomar o controle do PL em Rondônia, afastando Jaime Bagattoli com o aval de Valdemar da Costa Neto, presidente nacional do partido. Apesar disso, sua capacidade de articulação o torna uma figura indispensável no cenário político estadual. As alianças construídas em 2024 e a força do PL no interior poderão ser determinantes em sua estratégia para 2026, quando buscará ampliar seu protagonismo.
Expedito Júnior, ex-senador da República e liderança histórica do PSD, destacou-se por seu trabalho nos bastidores. Apesar de o PSD ter conquistado apenas sete prefeituras, figuras como Adaílton Fúria, reeleito em Cacoal, reforçam a relevância da legenda. Expedito tem se reinventado após derrotas significativas, como a perda para Confúcio Moura em 2014 e Marcos Rocha em 2018, além do fracasso de seu filho, Expedito Netto, na reeleição à Câmara Federal em 2022.
O estilo discreto e resiliente de Expedito Júnior contrasta com a abordagem mais combativa de seus pares. Apostando em alianças e na construção de um grupo sólido, ele mantém sua influência e pode surpreender em 2026. O PSD, embora menor em número de prefeituras, possui nomes estratégicos como Monte Negro e Theobroma, que podem se somar a um projeto estadual mais robusto.
Os resultados de 2024 deixam claro que União Brasil, PL e PSD lideram a política rondoniense. Júnior Gonçalves consolidou a força do União Brasil como o partido mais bem-sucedido do estado, acumulando capital político que será decisivo na sucessão de Marcos Rocha. Marcos Rogério, apesar de operar em um cenário de isolamento político, mostrou que o PL ainda é uma força relevante, especialmente no interior. Já Expedito Júnior, com sua abordagem discreta, reforça a importância de alianças para manter o PSD competitivo.
O impacto do desempenho dessas lideranças em 2024 será sentido nas urnas de 2026. A disputa pelo governo estadual, o fortalecimento de bancadas na Assembleia Legislativa e na Câmara Federal, além da eleição de dois senadores, serão moldados pela capacidade desses caciques de mobilizar suas bases e consolidar alianças. Rondônia, como sempre, seguirá como um terreno fértil para a competição política, com lideranças dispostas a influenciar o futuro do estado.