Publicada em 02/12/2024 às 16h02
Técnicos e produtores de Cacau representando o estado de Rondônia, participaram de uma missão técnica para desenvolvimento da cultura cacaueira no estado. A iniciativa faz parte de uma ação estratégica fomentada pelo governo do estado, em conjunto com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micros e Pequenas Empresas (Sebrae) e o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), no intuito de promover intercâmbio e conhecer as técnicas aplicadas pelos produtores do estado do Pará, que lidera a produção nacional de cacau. Despontando na cultura cacaueira, Rondônia concorreu com quatro finalistas no concurso nacional de Cacau Especial do Brasil, realizado no dia 28 de novembro, em Belém.
O Brasil colheu em 2023, cerca de 290 mil toneladas de cacau, segundo dados de Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e ocupa hoje, o 6º lugar no ranking mundial de produtores do cacau. O Pará é o maior produtor interno em relação à produtividade junto à Bahia, mas outros estados, como Minas Gerais, São Paulo e Rondônia, também produzem o fruto. A visita técnica ao estado paraense pretende oportunizar, tanto aos técnicos como aos produtores familiares, que hoje lideram a qualidade e produtividade do cacau em Rondônia, conhecer experiências, boas práticas e procedimentos utilizados pelos cacauicultores de outras localidades, a fim de repassar técnicas de sucesso para outros produtores e fortalecer a cultura estadual.
O diretor-presidente da Entidade Autárquica de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Rondônia (Emater-RO), Luciano Brandão, explicou que, Rondônia vem crescendo na produção de cacau e que hoje desponta entre os produtores de melhor qualidade do país. “A cacauicultura é uma das principais culturas do estado e o preço em alta tem estimulado cada vez mais a produção. A assistência técnica da Emater e Senar tem possibilitado o acesso dos produtores à tecnologia e a um manejo mais adequado.”
A ação, integrada com instituições parceiras, como o Sebrae fazem parte da cadeia produtiva do cacau em Rondônia, que busca cada vez mais avançar na produtividade com qualidade e sustentabilidade.
MISSÃO TÉCNICA
A comitiva chegou à Belém, no dia 26 de novembro, e seu primeiro encontro foi na Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac), de onde saíram para visitar o banco de germoplasma (conjunto de material genético que armazena as características de uma espécie e que pode ser transmitido de geração em geração) de cacau e observar os diversos sistemas de plantio em Sistemas Agroflorestais (SAF). No dia seguinte, o grupo teve a oportunidade de visitar a fazenda de cacau do produtor paraense, em Tomé-Açu, Micchinori Konagano, cuja família se instalou na região em meados de 1920.
Técnicos e produtores também visitaram a Cooperativa Agrícola Mista de Tomé-Açu (Camta), cujas atividades iniciaram em 1929, fundada pelos imigrantes japoneses que buscavam colonizar a região cultivando cacau, hortaliças e arroz; visitaram o Sindicato dos Produtores Rurais de Tomé-Açu, onde puderam trocar informações e, por fim, uma fábrica de chocolate, para uma degustação de chocolates.
O assessor estratégico da Emater-RO, Francis Raphael Cidade, pontuou que o objetivo do grupo foi visitar propriedade com alta produção de cacau e trocar ideias com os produtores locais, buscando promover o investimento tecnológico e sustentável no estado, e assim, fortalecer a cacauicultura de Rondônia. “O Sindicato de Tomé-Açu abriga a Escola Indústria de Chocolate e é considerado um dos melhores do Pará.”
PREMIAÇÃO
O resgate da lavoura cacaueira incentivada pelo governo de Rondônia e assistência técnica da Emater-RO trouxe dividendos para o estado, atraindo o interesse de produtores rurais familiares interessados em iniciar a cultura. A distribuição de mudas clonais de alto rendimento foi outro fator que elevou a produção de cacau para um patamar competitivo. Com a realização do 1º Concurso de Qualidade e Sustentabilidade do Cacau de Rondônia (Concacau). O cacau se consolidou como uma das culturas de maior potencialidade no estado.
Hoje, Rondônia é destaque também nos concursos nacionais de qualidade do cacau. Em 2023, o estado recebeu o título de Melhor Cacau do Brasil no concurso, com o primeiro lugar nas categorias Varietal e Mistura (Blend). No mesmo ano, o Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) concedeu ao cacau rondoniense o registro de Indicação Geográfica do cacau, passando o fruto a integrar a lista de produtos já reconhecidos pelas qualidades particulares atribuídas à produção originária no estado, tendo como indicativo a sua procedência.
Para o governador de Rondônia, Marcos Rocha, esse foi um grande passo para alavancar o setor produtivo e destacar o cacau no mercado internacional. “O governo tem investido na distribuição de mudas, assistência técnica e em tecnologia, buscando impulsionar a produção e os concursos tem sido um grande incentivo para os produtores que estão se dedicando cada vez mais na produção sustentável”, enfatizou.
Este ano, Rondônia concorreu com quatro produtores finalistas no Concurso Nacional de Cacau Especial do Brasil, em Belém do Pará, sendo um de Nova União, um de Ouro Preto do Oeste, um de Buritis e outro de Jaru. O produtor de Buritis, Mauro Celso Tauffer, assistido pela Emater-RO, conquistou o 2º lugar na categoria “Mistura” e o 3º na categoria “Varietal”, consagrando Rondônia entre os melhores produtores de cacau do país.