Publicada em 19/12/2024 às 15h37
A Rússia acusou a Ucrânia nesta quinta-feira (19) de ter lançado seis mísseis de longo alcance ATACMS, fabricados nos Estados Unidos, e quatro mísseis Storm Shadow, fabricados no Reino Unido, contra a região de Rostov, no sul da Rússia. Segundo nota do Ministério da Defesa russo nesta quinta-feira (19), o ataque teria ocorrido na quarta.
As forças russas derrubaram todos os ATACMS e três dos quatro Storm Shadow, e a Rússia responderá aos ataques, segundo o ministério.
O comunicado da Defesa russa sobre o ataque ucraniano ocorreu no mesmo dia em que o presidente Vladimir Putin fez uma coletiva de imprensa anual em que atualizou os cidadãos sobre questões do país, como a guerra na Ucrânia, respondeu perguntas e renovou ameaças ao Ocidente, com direito a um desafio aos EUA para um "duelo" de mísseis. (Leia mais abaixo)
A Ucrânia começou a disparar esses mísseis ocidentais contra o território russo no mês passado, após obter permissão dos Estados Unidos e do Reino Unido —algo que Moscou afirma tornar esses países partes diretas no conflito.
Em resposta, a Rússia lançou um novo míssil hipersônico chamado Oreshnik contra a cidade ucraniana de Dnipro, em 21 de novembro, o que surpreendeu o mundo porque até o momento do ataque não se sabia do desenvolvimento do armamento.
O presidente Vladimir Putin afirmou que a Rússia está pronta para disparar mais mísseis Oreshnik, inclusive contra "centros de tomada de decisão" em Kiev, se a Ucrânia continuar usando armas dos EUA e do Reino Unido para atingir a Rússia.
Putin tem promovido seu novo míssil como uma arma invencível. Nesta quinta-feira, ele sugeriu a ideia de um "duelo de alta tecnologia", no qual a Rússia dispararia Oreshniks contra defesas aéreas de Kiev, em que a Ucrânia tentaria que os interceptar com sistemas de defesa antimísseis fornecidos pelo Ocidente.
Em resposta, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, declarou em uma coletiva de imprensa nesta quinta: "Vocês acham que ele é uma pessoa sã?"
Zelensky também disse que o país precisa de mais garantias de segurança da Europa e dos EUA para deter Putin.
Coletiva de imprensa anual de Putin
Em sua coletiva de imprensa anual, interpretada como uma forma de demonstração de poder pelas declarações nacionalistas, Putin fez considerações sobre o estado da guerra na Ucrânia e também sobre questões de geopolítica mundial que envolvem a Rússia.
Sobre a guerra, Putin disse que deveria ter invadido a Ucrânia antes e afirmou estar pronto para falar com o presidente eleito dos EUA, Donald Trump, sobre o final do conflito.