Publicada em 02/01/2025 às 16h10
Fontes do governo federal informaram nesta quinta-feira (2) à GloboNews que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deverá enviar a diplomata Glivânia Maria de Oliveira, embaixadora do Brasil em Caracas, à posse de Nicolás Maduro no terceiro mandato como presidente da Venezuela.
A cerimônia está marcada para o próximo dia 10 de janeiro. Sucessor de Hugo Chávez, Maduro está no poder desde 2013 e é acusado pela oposição, por países e organismos internacionais de ter fraudado o resultado eleitoral.
Desde que Maduro assumiu o Palácio de Miraflores, a Venezuela enfrenta crises de ordem política, social e econômica. O Brasil tem condenado as sanções econômicas impostas ao país, mas, ao mesmo tempo, passou a cobrar do regime de Maduro a transparência do processo eleitoral.
Nesse contexto, Brasil e Venezuela vivem um momento de distanciamento nas relações políticas e diplomáticas após Lula, a exemplo de outros líderes internacionais, ter cobrado a divulgação das chamadas atas eleitorais.
Segundo a oposição venezuelana, essas atas comprovariam que Edmundo Gonzáles derrotou Nicolás Maduro no voto popular.
A vitória de Maduro sobre Gonzáles foi declarada pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE), órgão equivalente ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) no Brasil.
Posteriormente, o Tribunal Supremo de Justiça da Venezuela (TSJ), alinhado ao regime atual, declarou Maduro vencedor e, além disso, proibiu a divulgação das atas eleitorais.
Oficialmente, o Brasil não reconheceu a vitória de Maduro nem da oposição.
Na linguagem diplomática, ao não reconhecer publicamente a vitória de Maduro, o Brasil demonstra incertezas em relação ao pleito.
Mesmo assim, por entender que deve manter os canais diplomáticos abertos, o Brasil decidiu não fechar a embaixada em Caracas nem chamar de volta a embaixadora no país.