Publicada em 13/01/2025 às 14h00
Rodovias – Foi necessária uma tragédia com a queda de parte da ponte sobre o Rio Tocantins, no Maranhão, que matou mais de uma dezena de pessoas para o comando do Departamento Nacional de Infraestrutura e Transporte (DNIT) “acordar” para a realidade ‘rodoviária do Brasil, que tem sua economia alicerçada no segmento. Praticamente tudo neste País, que já foi exemplo em ferrovias como no Estado de São Paulo, que desde a década de 60 tem a Paulista, Noroeste, Sorocabana e Araraquarense, com entroncamento em Bauru depende economicamente de rodovias. Era seguro, barato e divertido percorrer os vagões enquanto o trem deslizava pelos trilhos parando nas estações d as cidades. As ferrovias foram – ou estão –como em Rondônia a Madeira-Mamoré– devido a pressões internacionais anos atrás, para a utilização do diesel e da gasolina (posteriormente chegou o etanol que é combustível genuinamente brasileiro) para que os projetos de ferrovias fossem abandonados, como a Ferroeste, que todo Governo Federal assume, anuncia a reativação, mas saem se solução de continuidade.
Pontes – Com as rodovias sendo priorizadas no Brasil, era mais do que necessário investir no segmento, como de fato foi feito com caminhos sendo abertos em todo o Brasil, inclusive em Rondônia, que já despontava como “Terra do Futuro”.. Na época da construção das rodovias, como a 364, principal via federal no Estado, não tínhamos os veículos pesados de hoje. O máximo é uma “jamanta”, como se dizia na época, que transportava 15 a 20 toneladas. Hoje temos treminhão que transporta mais de 50 toneladas. Os veículos se modernizaram, a tecnologia também chegou aos veículos pesados, que mais que dobraram a tonelagem de cargas, mas, e as pontes, foram adequadas à realidade do transporte rodoviário? Assim como as pistas se deterioram como ocorre em todo período de Inverno Amazônico (chuvas durante meses, como o atual), porque o alicerce não foi construído para suportar a capacidade de carga dos tempos modernos ocorrem com as pontes como na BR 364.
Manutenção – Acreditamos que existam sim, setores com pessoas qualificadas no DNIT para acompanhar a evolução tecnológica de os veículos e que devem estar atentos para situações trágicas como o rompimento de parte da ponte, que leva o nome do presidente que marcou época, Juscelino Kubitschek, que cortou o País com rodovias e fundou Brasília. Recentemente uma ponte ligando Ji-Paraná a Cacoal na BR 364 apresentou problemas, mas o DNIT vistoriou e disse que estava dentro dos níveis de segurança. E as demais pontes ao longo da BR 364, que nasce em Cordeirópolis-SP, no km 153 da SP 330 adentrando no início da SP-310 até o km 292, onde entra na SP 326 indo até a divisa com Minas Gerais, depois passa por Goiás, Mato Grosso, Rondônia e Acre, acabando em Mâncio Lima, (mais de 4,3 mil quilômetros) no extremo oeste deste último Estado estão seguras? Rondônia e Mato Grosso são Estados cortados por rios. Será que as pontes ao longo da rodovia estão em condições de suportar o volume de tráfego de os pesados treminhões e carretas?
Tráfego – O que também tem que ser levado em consideração pelos técnicos do DNIT é o volume de tráfego, seja de os veículos de passeio ou de carga. O trânsito durante os períodos de safras de grãos (soja, milho, café) de Rondônia e parte do Mato Grosso, exportada pelo porto graneleiro no Rio Madeira em Porto Velho é enorme, bem diferente de anos atrás. A média de veículos pesados nas colheitas de grãos é acima de 2 mil veículos/dia, além dos carros de passeio. A terceirização da 364 que deverá ocorrer este ano poderá ser a solução para organização da rodovia. Além de a manutenção permanente a concessionária que vencer a licitação prevista para o próximo mês de fevereiro terá como um dos compromissos duplicar o trecho em torno de 700km de Porto Velho a Vilhena, na divisa com o Mato Grosso.
Radares – A “inauguração” de 15 radares em vários cruzamentos em Porto Velho, no centro e bairros foi “herança” deixada pelo ex-prefeito Hildon Chaves (PSDB), que durante dois mandatos seguidos governou Porto Velho, município difícil de ser administrado devido a extensão territorial, além de problemas antigos, como o saneamento básico, Mas Hildon deixou um bom legado administrativo. Após fiscalização da câmara de vereadores se constatou, que há irregularidades no funcionamento dos novos radares. Uma delas, que é notória, a falta de sinalização sobre a existência dos equipamentos, exigência de Lei. A coluna vem cobrando há tempos a volta de radares não somente nos semáforos, mas em ruas e avenidas onde há maior movimentação de pessoas e veículos. Os radares são para organizar o trânsito, controlar a velocidade, não para servir de instrumento de faturamento para os cofres públicos. São necessários, mas a legislação não pode ser ignorada.
Respigo
No próximo dia 1º a Assembleia Legislativa (Ale) terá um novo presidente, e uma nova composição da Mesa Diretora. Marcelo Cruz (PRTB-PVH), após dois anos no comando do Legislativo Estadual estará entregando o cargo ao colega Alex Redano (Republicanos-Ariquemes) +++ Redano já presidiu a Casa de Leis no mandato anterior e ocupará o cargo pela segunda vez. Marcelo deixará o cargo com a certeza da missão cumprida e respeito dos servidores, pois, além de sempre priorizar os parlamentares, nunca se esqueceu daqueles que dão o suporte necessário para que tudo funcione normalmente +++ O vereador de Porto Velho, Everaldo Fogaça (PSD), reeleito em 2024 com 2.811 votos é um dos nomes do partido para disputar uma das 24 vagas na Assembleia Legislativa (Ale) em outubro do próximo ano. Ele está no terceiro mandato e entre os nomes em condições de subir mais um degrau na política regional +++ Preocupante o vídeo do empresário Daniel Pitt Bull veiculado nas redes sociais sobre a situação do acervo do Complexo Ferroviário Madeira-Mamoré em Porto Velho. As locomotivas abandonadas e tomadas pelo mato nos bairros Arigolândia e Triângulo merecem atenção especial não somente da administração do prefeito Leo Moraes (Podemos), que assumiu este mês, mas também de os governos Estadual e Federal +++ As locomotivas são de valor histórico inestimável e merecem uma união de forças para restaurá-las e também adequar o local, que está em visível estado de abandono. Afinal de contas, cultura também é educação, e mato não quer dizer preservação do meio ambiente.