Publicada em 06/01/2025 às 09h26
Homens armados abriram fogo contra um ônibus que transportava israelenses na Cisjordânia ocupada nesta segunda-feira (6), deixando três mortos e sete feridos. Os mortos são israelenses, segundo o serviço nacional de ambulâncias de Israel, Magen David Adom (MDA).
O ataque ocorreu na vila palestina de Al-Funduq, em uma das principais estradas leste-oeste que atravessam o território. As vítimas são duas mulheres de cerca de 60 anos e um homem de 40 anos, informou o MDA. Um sargento de polícia está entre as vítimas, segundo a mídia israelense. O motorista do ônibus, de 63 anos, está em estado grave.
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, prometeu "encontrar os desprezíveis assassinos" responsáveis pelo ataque desta segunda e "acertar contas com eles e com todos que os ajudaram. Ninguém será poupado". O exército israelense disse estar à procura dos responsáveis pelo ataque.
Em comunicado, o grupo terrorista Hamas elogiou o ataque, mas não reivindicou a autoria. Não houve comentários imediatos das autoridades palestinas na Cisjordânia.
A violência na Cisjordânia aumentou desde outubro de 2023, quando no dia 7 daquele mês o Hamas realizou um ataque terrorista em Israel, que desencadeou a guerra na Faixa de Gaza. Israel também realiza operações militares no território ocupado em busca de terroristas, mas que também vitimam civis, segundo autoridades locais.
O Ministério da Saúde palestino afirma que pelo menos 838 palestinos foram mortos por forças israelenses na Cisjordânia desde o início da guerra em Gaza. A maioria parece ser de terroristas mortos em confrontos com tropas israelenses, mas as vítimas também incluem participantes de protestos violentos e civis que estavam no local no momento dos confrontos.
Nos últimos anos, palestinos realizaram dezenas de ataques com armas de fogo, facas e atropelamentos contra israelenses. Israel tem conduzido operações militares quase diárias na região, que frequentemente resultam em tiroteios com terroristas. Também houve um aumento acentuado nos ataques de colonos israelenses contra palestinos, o que levou os Estados Unidos a impor sanções contra esses grupos.
Israel capturou a Cisjordânia, Gaza e Jerusalém Oriental na guerra do Oriente Médio de 1967, e os palestinos reivindicam esses três territórios para o futuro Estado palestino.
Cerca de 3 milhões de palestinos vivem na Cisjordânia sob controle militar israelense aparentemente indefinido, enquanto a Autoridade Palestina, reconhecida internacionalmente, administra os centros populacionais.
Mais de 500 mil colonos israelenses vivem em mais de 100 assentamentos espalhados pelo território, que vão desde pequenos postos avançados em colinas até comunidades que se assemelham a subúrbios ou pequenas cidades. A maior parte da comunidade internacional considera esses assentamentos ilegais.
A guerra começou quando terroristas liderados pelo Hamas cruzaram a fronteira com israel em um ataque surpresa massivo, matando cerca de 1.200 pessoas, em sua maioria civis, e sequestrando cerca de 250 pessoas. Cerca de 100 reféns ainda estão em Gaza, pelo menos um terço dos quais são considerados mortos.
Em resposta, Israel lançou uma contra-ofensiva aérea e terrestre na Faixa de Gaza, que matou mais de 45.800 palestinos no território, segundo as autoridades locais de saúde, que afirmam que mulheres e crianças compõem mais da metade das mortes. Elas não especificam quantos dos mortos eram militantes. O exército israelense afirma ter matado mais de 17 mil combatentes, sem fornecer provas. No momento, não há perspectiva para um cessar-fogo definitivo na guerra.