Publicada em 23/01/2025 às 15h40
O Brasil, nos últimos dois anos, registrou um aumento expressivo no número de municípios acima da meta de 95% de imunização para as vacinas essenciais do calendário infantil. O índice é um dos resultados da reconstrução do Sistema Único de Saúde (SUS), da confiança nas vacinas e da cultura de vacinação, que com o lançamento do Movimento Nacional pela Vacinação, em 2023, reverteu tendência de queda.
"Desde o início da gestão, nosso objetivo foi retomar e ampliar as coberturas vacinais. Ao fortalecer o sistema de saúde e investir na atenção primária, criamos condições para que a vacina chegue a todos. O Movimento Nacional pela Vacinação foi um marco e com o apoio de parceiros nacionais e internacionais, hoje colhemos os frutos desse trabalho”, destacou a ministra da Saúde, Nísia Trindade.
A secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente, Ethel Maciel, reforçou a importância da abrangência dessa política. “Conseguimos vacinar mais pessoas em 2023 do que nos quatro anos anteriores, graças a um esforço conjunto e integrado. Chegar até as comunidades mais isoladas, por meio da Operação Gota, por exemplo, foi essencial para atingirmos essa meta e garantir a proteção de todas as crianças e comunidades”, afirmou.
CALENDÁRIO INFANTIL — A meta para a segunda dose da vacina tríplice viral, que previne o sarampo, a caxumba e a rubéola, foi alcançada em 2.408 municípios brasileiros, aumento de mais de 180% quando comparado com os 855 de 2022. A cobertura da primeira dose de tríplice viral também foi registrada em mais regiões: 3.870 cidades em 2024, frente às 2.485 de 2022, ou 55,7% de crescimento.
PÓLIO - O número de municípios que alcançaram a meta para a Vacina Oral Poliomielite (VOP) também aumentou, passando de 1.466 cidades em 2022 para 2.825 em 2024, uma alta de quase 93%. Em novembro, o Ministério da Saúde substituiu a VOP, conhecida como gotinha, por uma dose de Vacina Inativada Poliomielite (VIP), que é injetável, para deixar o esquema vacinal ainda mais seguro. A nova estratégia é mais um passo para garantir que o Brasil se mantenha livre da poliomielite. O país está há 34 anos sem a doença, graças à vacinação em massa da população.
ESTOQUES ABASTECIDOS — Em dezembro, o Ministério da Saúde enviou 100% da demanda de imunizantes apresentada pelos estados. Todas as vacinas do calendário básico estão com estoques abastecidos. Segundo o painel de distribuição, entre 2023 e 2024, foram enviadas mais de 604 milhões de doses a todos os estados. No caso das vacinas varicela e tetraviral (que também possui o componente varicela), houve escassez de matéria-prima mundialmente. Mesmo com a dificuldade de fornecimento, a pasta garantiu estoque estratégico da vacina varicela para atendimento de situações de surto e todos os pedidos foram atendidos pela pasta: mais de 1,7 milhão de doses em 2024.
FORNECIMENTO - O diretor do Programa Nacional de Imunizações, Edder Gatti, reforçou que eventuais problemas serão resolvidos com novos fornecedores. "Garantimos o abastecimento inclusive da varicela, que enfrentava pendências, superando um problema em função de fornecedores. Hoje, contamos com três fornecedores para a vacina, assegurando a normalização ao longo do primeiro semestre de 2025", disse.
DESCARTE — Em 2023, o Ministério da Saúde retirou o sigilo dos estoques e dos descartes de vacinas e outros insumos. Mais de 12,3 milhões de doses de vacinas que seriam perdidas foram usadas e, com isso, evitou-se um desperdício de quase R$ 252 milhões. Em 2024, a pasta anunciou mais de R$ 7 bilhões dentro do Plano de Vacina para 2025, sem contar eventuais novas incorporações. O orçamento permite a compra de pelo menos 260 milhões de doses, garantindo o abastecimento em todo o país.