Publicada em 11/01/2025 às 11h09
Desde o primeiro dia deste ano, Porto Velho tem um novo e jovem prefeito, Léo Moraes (Podemos), eleito em segundo turno em outubro de 2024, com uma vitória marcante. Ele reverteu a derrota no primeiro turno contra uma adversária forte, sua ex-colega de Câmara Federal, Mariana Carvalho (União). Se a campanha foi hercúlea, administrar Porto Velho, município com cerca de 514 mil habitantes (2024), é um desafio constante para Léo e sua equipe.
Assim como em muitas cidades brasileiras, o saneamento básico é o maior desafio administrativo enfrentado pelo novo prefeito. Após tomar posse e anunciar seu secretariado, Léo e sua equipe imediatamente começaram a lidar com as dificuldades de administrar uma cidade centenária que ainda enfrenta inúmeras carências.
Porto Velho possui menos de 5% de cobertura de rede de esgoto, utilizando o Rio Madeira como destino final dos dejetos. A estrutura existente remonta à época da fundação da cidade. Além disso, a rede de galerias pluviais é insuficiente, agravada pelo descarte inadequado de lixo pela população. Consciente dessa realidade, Léo iniciou um mutirão para desobstruir bueiros em bairros com galerias pluviais, participando pessoalmente de algumas ações.
Desde a década de 1990, o único prefeito a tentar solucionar o problema do saneamento básico foi Roberto Sobrinho (PT). Durante sua gestão, o Governo Federal, liderado por Luiz Inácio Lula da Silva (PT), disponibilizou R$ 600 milhões para esse fim. No entanto, ações judiciais e dificuldades administrativas impediram a conclusão do projeto, e os recursos acabaram sendo devolvidos ao Governo Federal.
Além do saneamento, Porto Velho enfrenta outros desafios. O município tem 12 distritos, alguns localizados a até 400 km da sede, como os da Ponta do Abunã, na divisa com o Acre. Apesar de apresentarem potencial para se tornarem municípios independentes, a legislação atual não permite a emancipação.
A geografia e o clima de Porto Velho também impõem dificuldades. A cidade enfrenta duas estações bem definidas: o inverno, marcado por chuvas torrenciais, e o verão, com estiagens severas. Em 2024, a seca prolongada causou desabastecimento em Manaus e afetou o transporte fluvial no Rio Madeira, além de prejudicar a população ribeirinha.
Léo Moraes também enfrenta um cenário político desafiador, pois nenhum dos 23 vereadores pertence ao seu partido. Esse contexto exige diálogo, respeito e colaboração mútua entre o prefeito e os vereadores, que devem agir como fiscais do povo, não como adversários políticos. O sucesso da administração depende de esforços conjuntos para atender às demandas prioritárias da população, como saúde, educação, infraestrutura e lazer.
A nova gestão já enfrentou desafios climáticos. Recentemente, 13 horas de chuvas intermitentes alagaram ruas e avenidas da cidade. Embora medidas emergenciais tenham sido adotadas, chuvas tão intensas causariam transtornos em qualquer cidade do país, mesmo com infraestrutura adequada.
Que o prefeito Léo Moraes e os vereadores unam forças para garantir uma Porto Velho em constante progresso, com uma economia fortalecida e soluções efetivas para seus desafios históricos.