Publicada em 21/01/2025 às 14h21
Confirmação veio nesta terça-feira, após reunião no Palácio do Planalto entre o presidente Lula e autoridades envolvidas na organização da Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, que será realizada em novembro, em Belém (PA)
Principal evento internacional no Brasil em 2025, a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30), que será realizada em Belém (PA), em novembro, já tem o presidente definido: o embaixador André Aranha Corrêa do Lago, atual secretário de Clima, Energia e Meio Ambiente do Ministério das Relações Exteriores.
É uma honra imensa e acredito que o Brasil pode ter um papel incrível nessa COP. A COP a gente vai ter que construir todos juntos. Além do governo, com a sociedade civil, o empresariado, todos os atores essenciais na primeira formação do que o Brasil quer desta COP. Vamos juntos conseguir fazer uma COP que será lembrada com entusiasmo”.
O nome foi confirmado nesta terça-feira, 21 de janeiro, após reunião no Palácio do Planalto entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e os ministros Rui Costa (Casa Civil), Marina Silva (Meio Ambiente), Sidônio Palmeira (Secom), Maria Laura da Rocha (substituta do Ministério das Relações Exteriores), além de Miriam Belchior (secretária-executiva da Casa Civil) e Celso Amorim (assessor-Chefe da Assessoria Especial do Presidente da República).
“É uma honra imensa e acredito que o Brasil pode ter um papel incrível nessa COP. Agradeço também o resto do governo, porque a COP a gente vai ter que construir todos juntos. Além do governo, com a sociedade civil, o empresariado, todos os atores que são essenciais na primeira formação do que o Brasil quer desta COP.
Vamos juntos conseguir fazer uma COP que será lembrada com entusiasmo”, afirmou André Corrêa do Lago. O presidente da COP30 terá ao lado nos trabalhos a atual secretária Nacional de Mudança do Clima do Ministério do Meio Ambiente, Ana Toni, nomeada diretora executiva da COP30.
"O Ministério do Meio Ambiente e o Ministério de Relações Exteriores ocupam essas duas posições que são fundamentais e estratégicas na parte de conteúdo, negociação e liderança de todo o processo da COP", afirmou a ministra Marina Silva.
Segundo nota publicada pelo Ministério das Relações Exteriores, "a designação do Embaixador Corrêa do Lago, experiente negociador do regime de clima, reflete o compromisso do Brasil com a agenda global de desenvolvimento sustentável e reforça a liderança do país nas negociações climáticas internacionais".
PERFIL - André Corrêa do Lago é bacharel em economia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1981) e entrou na carreira diplomática em 1982. Exerceu funções nas áreas de organismos internacionais, promoção comercial, cerimonial e energia. Serviu nas embaixadas em Madri, Praga, Washington e Buenos Aires e na Missão junto à União Europeia, em Bruxelas.
EXPERIÊNCIA - O presidente da COP30 trabalha com temas de desenvolvimento sustentável desde 2001. Foi diretor do Departamento de Energia (2008-2011) e do Departamento de Meio Ambiente (2011-2013) no Ministério das Relações Exteriores, período em que foi negociador-chefe do Brasil para mudança do clima (2011-2013) e para a Rio+20 (2011-2012). Foi embaixador no Japão (2013-2018), na Índia (2018-2023) e, cumulativamente, no Butão (2019-2023). Desde março de 2023, é secretário de Clima, Energia e Meio Ambiente do Ministério das Relações Exteriores. Corrêa do Lago publicou livros e artigos sobre desenvolvimento sustentável e mudança do clima e é também crítico de arquitetura. É casado e tem quatro filhos.
COP30 – A 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (Conferência das Partes), mais conhecida como COP30, é um encontro global anual onde líderes mundiais, cientistas, organizações não governamentais e representantes da sociedade civil discutem ações para combater as mudanças do clima. É considerado um dos principais eventos do tema no mundo.
OPORTUNIDADE - A COP30 representa uma oportunidade histórica para o Brasil reafirmar o papel de liderança nas negociações sobre mudanças climáticas e sustentabilidade global. O evento permite ao país demonstrar os esforços em áreas como energias renováveis, biocombustíveis e agricultura de baixo carbono, além de reforçar a atuação histórica em processos multilaterais, como na Eco-92 e na Rio+20. O evento contará com a presença de chefes de Estado, ministros, diplomatas, representantes da ONU, cientistas, líderes empresariais, ONGs, ativistas e outros integrantes da sociedade civil de mais de 190 países.
DESAFIOS – Os principais desafios da COP30 incluem alinhar compromissos de países desenvolvidos e em desenvolvimento em relação ao financiamento climático, garantir que as metas de redução de emissões sejam compatíveis com a ciência climática e lidar com os impactos socioeconômicos das mudanças climáticas em populações vulneráveis.
INFRAESTRUTURA – Em dezembro de 2024, o Governo Federal e a Prefeitura de Belém entregaram a revitalização do Mercado São Brás, primeira obra de infraestrutura para a COP30. Ao todo, os investimentos federais são estimados em R$ 4,7 bilhões, entre recursos do Orçamento da União, do BNDES e de Itaipu Binacional, e envolvem reformas de instalações essenciais, melhorias na rede hoteleira e qualificação profissional.
TURISMO – Com a COP30, Belém se prepara para receber um público superior a 40 mil pessoas, de acordo com estimativa da Fundação Getúlio Vargas (FGV). Mesmo antes do evento, dados da Agência Brasileira de Promoção Internacional do Turismo (Embratur) já dão conta da escalada da procura de Belém como destino internacional. Uma comparação entre janeiro a novembro de 2023 (antes do anúncio da sede da COP) e janeiro a novembro de 2024 indica crescimento superior a 59% nas chegadas por via aérea na capital paraense. No período desses 11 meses em 2023 houve 18.655 chegadas, contra 29.685 em 2024.
LIDERANÇA – Em Davos, na Suíça, onde participa do Fórum Econômico Mundial 2025 (WEF, na sigla em inglês), o governador do Pará, Helder Barbalho afirmou, nesta terça-feira (21/01), que a COP30 representa a chance de o Brasil liderar a agenda climática do planeta. “Pela primeira vez teremos o maior momento de discussão ambiental acontecendo na Floresta Amazônica, maior floresta tropical do mundo. Certamente é uma oportunidade incrível que as Nações Unidas permitem ao planeta, ao mesmo tempo que permite ao Brasil liderar esse momento e essa agenda”, afirmou Barbalho, que preside o Consórcio Interestadual de Desenvolvimento Sustentável da Amazônia Legal (CAL).