Publicada em 10/01/2025 às 15h27
Embora o Conselho Nacional Eleitoral e a Suprema Corte venezuelana tenham proclamado a vitória de Maduro, a oposição, organismos internacionais e outros países alegam que houve fraude no processo eleitoral de 2024 e reconhecem Edmundo González como presidente legítimo.
Segundo a oposição, a divulgação das atas eleitorais demonstraria a vitória de González. A Suprema Corte do país, entretanto, alinhada a Maduro, proibiu a divulgação dessas atas.
Oficialmente, o Brasil não reconheceu a vitória de Maduro nem a vitória da oposição. O presidente Lula, por sua vez, a exemplo de outros líderes internacionais, tem cobrado a divulgação das atas.
Essa postura, diferente da que o presidente vinha adotando até então, levou a um distanciamento da relação política entre Lula e Maduro, gerando consequências diplomáticas. O embaixador em Brasília, por exemplo, foi chamado de volta a Caracas.
Além disso, o próprio Maduro passou a divulgar mentiras sobre o processo eleitoral brasileiro.
Presidentes Lula e Maduro durante encontro em Brasília, em maio de 2023. — Foto: Ueslei Marcelino/Reuters
Da parte brasileira, segundo integrantes do governo ouvidos pela GloboNews, mesmo assim, o Brasil não pretende romper as relações diplomáticas com a Venezuela; nem fechar a embaixada em Caracas; e não chamará de volta a embaixadora.
O entendimento, segundo relatos, é que o Brasil precisa manter o pragmatismo, isto é, manter aberto o canal de diálogo com a Venezuela em razão, por exemplo, do fato de que crises no país podem gerar impacto direto no Brasil, a exemplo da questão migratória.
Conversas sobre envio de representante
Relatos obtidos pela GloboNews dão conta que desde 2023 o governo brasileiro já havia decidido que, se alguém fosse representar o Brasil na posse, seria a embaixadora Glivânia Maria de Oliveira, não o presidente Lula.
Essa presença, porém, chegou a ser reavaliada diante de denúncias de que Maria Corina Machado, uma das lideranças da oposição, havia sido presa e, depois, solta.
Entretanto, a decisão do governo brasileiro foi manter a ida da embaixadora em Caracas à cerimônia.